O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou a divulgação pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) da lista de contratos de jatos executivos financiados pelo banco. “O uso político do BNDES é tão condenável quanto foi no passado, no governo do PT”, afirmou, em entrevista no Palácio dos Bandeirantes.
Doria qualificou como “apelativo” o fato de seu nome e o do apresentador Luciano Huck terem recebido destaque na publicação da lista e defendeu que, no seu caso, a aquisição de jatos foi realizada totalmente de acordo com as regras. “E ainda classificaram isso como caixa-preta (do BNDES), não há caixa-preta alguma nisso, é um fato normal dentro do procedimento de um banco de financiamento”.
Tanto Doria quanto Huck podem ser adversários de Jair Bolsonaro na campanha de 2022, quando o atual presidente deverá tentar a reeleição. “Segunda-feira já tem a primeira parte da caixa-preta do BNDES. Pessoal que comprou jatinho, pessoal que comprou jatinho… só 2 bilhões de reais. Todo o pessoal com jatinho, gente amiga do rei. Gente que tá dizendo por aí, por exemplo, que estamos no último capítulo do fracasso do Brasil. ‘Eu sou opção para 2022’. Pode até ser, mas a gente vai mostrar o que você fez”, disse Bolsonaro durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais na sexta-feira 16.
Na quarta-feira 14, em evento realizado em Vila Velha (ES), Luciano Huck disse que Bolsonaro não é o “primeiro capítulo da renovação, mas o último capítulo do que não deu certo (no Brasil)”.
Eduardo Bolsonaro
Doria também afirmou que não considera “adequada” a indicação de Eduardo Bolsonaro para ser embaixador do Brasil em Washington. “Nenhum filho nem parente meu será nomeado em governo ou onde eu estiver”, declarou. Apesar disso, ele ressaltou que não era uma crítica direta à gestão Bolsonaro e que, embora o PSDB nunca tenha tido alinhamento político com o governo, a sigla apoiará pautas econômicas e sociais que julgar boas ao país.
Questionado sobre a situação do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), que enfrenta dois pedidos de expulsão na Executiva Nacional – protocolados pelos diretórios paulista e paulistano do partido, ambos na área de influência de Doria -, o governador avaliou que o parlamentar deveria fazer sua defesa em processos na Justiça fora da legenda. “Inocentado sendo, na confiança daquilo que ele mesmo tem dito, poderá retornar ao PSDB se desejar”, disse.
(Com Estadão Conteúdo)