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Dilma cita Brizola, Vargas e Goulart em posse de ministro

Brizola Neto assumiu nesta quinta-feira o comando do Ministério do Trabalho. Carlos Lupi esteve na plateia e foi elogiado por Paulo Roberto Pinto

Por Luciana Marques
3 Maio 2012, 13h08

A presidente Dilma Rousseff fez mais uma série de promessas nesta quinta-feira em nome da solidez fiscal do país durante a cerimônia de posse do novo ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT). Segundo a presidente, no entanto, as medidas não podem ser adotadas “do dia para a noite”, porque exigem “sistematização”. Dilma não comentou as mudanças no rendimento da poupança, cujo anúncio está previsto para hoje.

“O Brasil têm três grandes problemas a solucionar: queremos um país com taxas de juros competitivas, como aquelas praticadas no mercado internacional”, afirmou. “Queremos que nosso câmbio não seja objeto de políticas expansionistas que, de forma artificial, sobrevalorizem a moeda brasileira. Queremos que o país tenha impostos mais baixos para assegurar produtividade em seus produtos”.

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Dilma também comemorou o nível do emprego no Brasil, comparado a patamares internacionais apresentados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta semana. “A partir de 2007, nós, em contraste com o mundo, que perdeu 50 milhões de empregos, criamos 90 milhões de vagas com carteira assinada de 2008 até os dias atuais”, disse a presidente. “Nos Estados Unidos e na Europa, o desemprego alcançou nível médio de 10,8%, chegando a 24% em países europeus e, em alguns casos, até 52% de desemprego. Estamos no movimento contrário ao que se verifica internacionalmente, que é um processo de desvalorização do trabalho através da precarização do próprio emprego”.

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PDT – Sobre a nomeação de Brizola Neto, a presidente disse que ela representa o reconhecimento da história do trabalhismo no país. O novo ministro é neto de Leonel Brizola, ex-governador fluminense e fundador do PDT. “É muito significativo nomear um jovem que traz no sobrenome Brizola mais de meio século de lutas sociais”, afirmou. “Não bastasse levar o sobrenome Brizola, o novo ministro do trabalho carrega a história de seu tio avô, João Goulart, ex-presidente da República”. Dilma lembrou que Jango também era jovem quando foi empossado ministro do Trabalho no governo de Getúlio Vargas, aos 34 anos.

Em meio ao racha no PDT, a presidente fez questão de citar o nome de Carlos Lupi, que preside o partido. Lupi esteve presente na cerimônia, mesmo contrariado com a indicação de Brizola Neto, seu desafeto político. “A nomeação de Brizola reforça também nossa parceria com o PDT, aqui presidido pelo Lupi, o PDT de Leonel Brizola e de tantos outros lideres históricos e atuais”, disse Dilma.

Antes da cerimônia, Lupi tentou minimizar o descontentamento de alguns integrantes do partido pela escolha de Brizola Neto: “O tempo ajuda a cicatrizar. Todos os partidos têm suas naturezas, suas dificuldades internas”, declarou. “Dissemos que o partido apoiaria o governo da presidente Dilma independente da escolha. Ele é filiado, é um Brizola, claro que é do PDT”.

Promessas – Em seu discurso de posse, Brizola Neto prometeu mudanças no órgão, apesar do que chamou de “limitações pessoais de sua juventude” – o novo ministro tem 33 anos. “É preciso que o ministério seja ágil, transparente, inovador”, enumerou. Sem citar a falta de consenso do PDT em torno de seu nome, falou em união: “O caminho das sociedades humanas é muito maior do que nossos pequenos desejos individuais”.

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Assim como a presidente Dilma, o ministro lembrou o nome do avô no discurso. “O sobrenome que possuo integra a linhagem de brasileiros ilustres, que inclui a figura saudosa de meu avô, Leonel Brizola”.

Paulo Roberto dos Santos Pinto, que ocupava o comando do órgão até então, não poupou elogios a seu antecessor, Carlos Lupi, que deixou a pasta em dezembro em meio a denúncias de corrupção. “Ministro Lupi, a história vai contar o que o senhor fez”, afirmou Pinto. “O senhor foi o grande ministro do Trabalho do Brasil.”

Também marcaram presença na posse movimentos sociais e sindicatos, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o Movimento dos Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, que fez campanha pela nomeação de Brizola Neto, já fala como integrante do governo. “Vamos acabar com a fábrica de sindicatos no Brasil”, disse, revelando o espírito centralizador que pretende instalar no Ministério do Trabalho.

Biografia – Brizola Neto foi eleito para a Câmara dos Deputados em 2007. Em 2011, licenciou-se do cargo para ocupar a Secretaria de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro, função que exerceu durante dois meses. Filiado à legenda desde 1997, seu primeiro cargo eletivo foi como vereador do Rio de Janeiro, em 2005.

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