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1º delator ouvido por nova juíza da Lava Jato confirma propina em sítio

Gabriela Hardt substitui Sergio Moro, que aceitou o cargo de ministro da Justiça de Jair Bolsonaro

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 6 nov 2018, 15h50 - Publicado em 6 nov 2018, 15h04

A juíza federal Gabriela Hardt, que substitui o titular da 13ª Vara Federal, Sergio Moro, ouviu pela primeira vez na segunda-feira um delator no processo do sítio de Atibaia. Hardt ocupa o lugar de Moro nos processos da Operação Lava Jato em Curitiba desde que o juiz aceitou o cargo de ministro da Justiça no futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL).

No depoimento, o engenheiro Emyr Diniz Costa Júnior, homem de confiança da direção do Grupo Odebrecht, confirmou que a empreiteira executou a reforma do sítio de Atibaia (SP), que a Lava Jato diz ser propriedade oculta de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele afirmou que os recursos saíram do caixa do Setor de Operações Estruturadas, o departamento de propinas da empresa. Lula sempre negou ser proprietário do sítio.

Emyr Diniz Costa Júnior (Foto/Reprodução)

Emyr é um dos 77 delatores da Odebrecht, que teve o maior acordo de colaboração da Lava Jato, homologado em janeiro de 2017. Ele já havia confessado ter sido escalado com engenheiro de confiança da empresa para executar a reforma do sítio e indicou como foi operacionalizada a obra, com pagamentos feitos via ex-segurança de Lula, Rogério Pimentel, com valores recebidos do setor de propinas. O ex-presidente será ouvido no dia 14 de novembro – o petista está preso desde o dia 7 de abril, condenado a doze anos e um mês no caso do triplex do Guarujá (SP).

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Emyr detalhou à juíza da Lava Jato um suposto encontro que teve com o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, três meses após o término da obra do sítio para que a reforma fosse regularizada formalmente. A Odebrecht não deveria aparecer no negócio. “Fui lá instruído para poder encontrar uma forma de regularizar a obra para que não parecesse que a Odebrecht tinha feito e que constasse que o senhor (Fernando) Bittar tivesse feito”, afirmou o engenheiro.

Nesse processo, Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de ter recebido mais de 1 milhão de reais em propinas da Odebrecht, OAS e da Schahin na reforma da propriedade – que está registrada em nome de dois sócios e amigos dos filhos do ex-presidente.

Emyr disse que a Odebrecht construiu uma casa para os seguranças do ex-presidente, terminou quatro suítes do imóvel, reformou a piscina, que tinha vazamento, fez uma sauna e um alambrado do gramado do campo de futebol do sítio. A ampliação do lago e a construção de uma quadra de tênis ainda seriam posteriormente executadas. 

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O engenheiro disse que recebeu dinheiro do Setor de Operações Estruturadas e o entregava em envelopes para o funcionário Frederico Barbosa, que fazia o repasse para o segurança de Lula, por sua responsável por fazer os pagamentos aos fornecedores de materiais para a construção. “Em envelopes fechados, para que o Frederico entregasse ao senhor Aurélio.”

O engenheiro disse que o esquema era para ocultar a Odebrecht nas obras, que deveriam ser entregues rapidamente para que o ex-presidente pudesse usar o sítio assim que deixasse a Presidência – Lula foi presidente até dezembro de 2010, ano em que o sítio foi comprado.

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