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Comprador de imóvel de Flavio Bolsonaro diz ter pago parte em dinheiro

Ex-jogador de vôlei de praia, Fábio Guerra disse que pagou cerca de 100 mil reais em dinheiro ao senador eleito pela compra de imóvel na Zona Sul do Rio

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 21 jan 2019, 19h45 - Publicado em 21 jan 2019, 18h48

O ex-jogador de vôlei de praia Fábio Guerra afirmou nesta segunda-feira, 21, que pagou cerca de 100.000 reais em dinheiro ao senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) pela compra de um apartamento na Zona Sul do Rio de Janeiro, em 2017. A declaração de Guerra corrobora a versão dada por Flavio no domingo 20 para explicar os 48 depósitos de 2.000 reais cada, feitos em sua própria conta entre junho e julho de 2017 em um caixa eletrônico da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A movimentação foi considerada atípica pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), cujo relatório foi anexado ao inquérito que investiga a suspeita de prática de lavagem de dinheiro ou “ocultação de bens, direitos e valores” no gabinete do então deputado estadual.

Em entrevista às emissoras RecordTV e RedeTV!, Flavio afirmou que recebeu “em cash” os 96.000 reais que ele mesmo depositou em sua conta como parte do pagamento de um imóvel que vendeu por 2,4 milhões de reais na capital fluminense.

Segundo Flavio Bolsonaro, ele havia comprado o apartamento da construtora PDG ainda na planta por um valor um pouco superior a 1 milhão de reais. A quantia, de acordo com ele, foi financiada pela Caixa Econômica Federal.

Reportagem da Rede Globo mostrou que um outro trecho do relatório do Coaf destacou como movimentação atípica na conta de Flavio Bolsonaro a compra de um título da Caixa no valor de 1.016.839 reais.

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O senador eleito afirmou que decidiu vender o imóvel porque a entrega dele atrasou. Ele enfatizou que a compra ocorreu com recursos lícitos, obtidos com a sua atuação empresarial — ele é sócio de uma loja de chocolate em um shopping na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e tem salas comerciais alugadas na capital.

À reportagem, o comprador do imóvel de Flavio Bolsonaro confirmou ter pago cerca de 100.000 reais em dinheiro pelo apartamento, mas não deu mais detalhes da transação. Ele disse ter ido ao banco nesta segunda-feira para obter os extratos da compra do imóvel. O advogado do ex-jogador de vôlei de praia deve emitir uma nota à imprensa com mais informações sobre o caso.

Investigação

Os dados do Coaf integram uma investigação do Ministério Público do Rio sobre uma possível prática de lavagem de dinheiro ou “ocultação de bens, direitos e valores” no gabinete de Flavio Bolsonaro na Alerj, iniciada há seis meses. Entre os alvos está o ex-assessor Fabrício Queiroz, que movimentou 1,2 milhão de reais em transações suspeitas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo em dezembro.

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No domingo 20, o jornal O Globo mostrou que um relatório do Coaf apontou que as movimentações financeiras nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flavio Bolsonaro na Alerj, atingiram 7 milhões de reais entre os anos de 2014 e 2017. À RecordTV, Flavio disse que Queiroz apresentou uma “explicação plausível” logo após a divulgação dos dados e que espera que seu ex-assessor esclareça logo o assunto às autoridades.

De acordo com a reportagem da Rede Globo, após análise do relatório de inteligência financeira das movimentações bancárias de Queiroz, o MP do Rio de Janeiro pediu o novo relatório ao Coaf sobre as contas de Flavio Bolsonaro em 14 de dezembro e foi atendido no dia 17, um dia antes de Flavio ser diplomado senador. Portanto, para o MP-RJ, ele não tinha foro privilegiado na ocasião.

Após saber da existência desse relatório sobre sua movimentação financeira, Flavio Bolsonaro pediu a suspensão da investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que o MP-RJ não tinha competência para investigá-lo porque ele já tinha prerrogativa de foro com a diplomação como senador. O pedido foi atendido pelo ministro Luiz Fux. Agora, cabe ao ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo no Supremo, analisar o caso depois que o tribunal retomar as suas atividades, em 1º de fevereiro.

Na entrevista exibida neste domingo, Flavio Bolsonaro disse que não acionou o STF querendo foro privilegiado, mas apenas saber de quem é a competência para investigar o caso.

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“Não pedi foro privilegiado ao STF. O que fiz foi uma reclamação, que é o remédio jurídico correto, para perguntar ao Supremo Tribunal Federal, obedecendo a uma decisão do próprio STF, que lá atrás decidiu sobre o foro e tem uma vírgula que diz assim: caso a caso o Supremo Tribunal Federal dirá qual é o foro competente. Se é o Rio de Janeiro, o MP do Rio, ou se é Brasília, o MP Federal. Então, a decisão que o Supremo vai tomar é para onde é que tenho que prestar os esclarecimentos”, afirmou Flavio Bolsonaro. “Não tenho nada para esconder de ninguém. Tem origem. Não tem origem ilícita”, afirmou.

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