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Cheio de mordomias, Dirceu já abateu 25 dias de pena

José Dirceu, Valdemar Costa Neto e Delúbio Soares tentam acelerar o cumprimento das penas lendo livros e trabalhando dentro e fora do presídio

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 Maio 2014, 13h26

Preso desde o dia 16 de novembro no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, o ex-ministro José Dirceu pretende pedir ainda neste ano para ter o direito de migrar para o regime aberto. Condenado a sete anos e onze meses de prisão por corrupção, o petista tenta acelerar o cumprimento da pena lendo livros e trabalhando dentro do presídio.

Oficialmente, a progressão de regime do mais célebre condenado no escândalo do mensalão ocorrerá em 12 de março de 2015. Pela Lei de Execução Penal, são abatidos um dia de pena a cada doze horas de estudo e um dia da sentença a cada três dias de trabalho. Separado dos cerca de 10.300 detentos da Papuda, Dirceu passa a maior parte dos dias trancafiado na biblioteca, onde lê em ritmo frenético e organiza os livros do acervo do presídio. Com esse trabalho, além de evitar problemas com outros internos e manter suas regalias em sigilo – como visitas fora do horário -, ele consegue contabilizar dias de abatimento da pena.

Abatimento de pena

Valdemar da Costa Neto

Faxina no pátio da Papuda por 14 dias: 4 dias de abatimento da pena.

Trabalho na biblioteca do presídio por 23 dias: 8 dias a menos na pena.

180 horas de estudo: 15 dias de remição da pena.

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José Dirceu

Trabalho na biblioteca por 31 dias: remição de dez dias.

Estudo por 180 horas: abatimento de 15 dias da pena.

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Delúbio Soares

Trabalho na CUT por 11 dias: 4 dias a menos de pena.

Faxina do pátio do CIR por 25 dias: 8 dias de abatimento.

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Bispo Rodrigues

Faxina no pátio do presídio por 14 dias: 4 dias remidos.

Jacinto Lamas

Faxina no pátio da Papuda por 14 dias: abatimento de 4 dias.

​Trabalho na Mísula Engenharia por 11 dias: 4 dias a menos na pena.

Pelos cálculos da Subsecretaria do Sistema Penitenciário, Dirceu conseguiu diminuir a pena em quinze dias, referentes a 180 horas de estudo em dezembro e janeiro, e outros dez dias após um mês de trabalho na biblioteca. Nas informações prestadas sobre o mensaleiro ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, constam 25 dias de abatimento da pena.

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Nas primeiras semanas na Papuda, em novembro, Dirceu se propôs a varrer o pátio do Centro de Internamento e Reintegração (CIR), onde estão os condenados a regime semiaberto. Mas a tarefa foi logo substituída pela rotina de organizar a biblioteca. Conforme revelou VEJA, é na biblioteca que ele consegue manter conversas com companheiros do mensalão. Lá cumpre expediente até as 15h30. Nesta semana, Barbosa negou pedido de trabalho externo a Dirceu.

A cerca de 50 km da Papuda, outros célebres condenados no mensalão também trabalham e estudam para tentar abreviar o tempo de cadeia. No Centro de Progressão Penitenciária (CPP) estão mensaleiros que atualmente têm direito a trabalho externo, como o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP). Delúbio, que já recebeu uma advertência da Vara de Execuções Penais por ser beneficiado com regalias, conseguiu até o momento abater doze dias na pena. São quatro dias a menos de cela por onze dias trabalhados na CUT. Antes, conseguiu mais oito dias de baixa após a comprovação de ter trabalhado 25 dias na faxina do pátio do CIR.

O ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) conseguiu o maior número de dias abatidos. Serão 27 dias a menos na pena pelo fato de o presidiário ter feito faxina, trabalhado na biblioteca e estudado 180 horas até 31 de janeiro. As atividades a partir de fevereiro ainda estão sendo contabilizadas pela Subsecretaria do Sistema Penitenciário. Embora tenha sido flagrado mantendo conversas políticas enquanto cumpre pena, os desvios foram considerados “falta média”, o que garante a manutenção de benefícios externos, como trabalhar em um restaurante industrial no DF.

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