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Candidato suspeito de atuar em milícia posa com Flávio Bolsonaro em foto

Registro está nas redes sociais de político; investigações apontam que Sargento Lopes ajudou milicianos que dominavam Magé, região metropolitana do Rio

Por Marina Lang Atualizado em 9 nov 2020, 18h54 - Publicado em 9 nov 2020, 16h14

Candidato à Prefeitura de Magé, município da Baixada Fluminense (região metropolitana do Rio), o político Andre Antonio Lopes do Nascimento (PSD) foi alvo de busca e apreensão em operação contra as milícias que atuam na cidade, e que foi desencadeada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) na manhã desta segunda-feira, 9. 

Também conhecido como Sargento Lopes, o candidato posou em foto com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) em seu perfil de rede social. Ele também se descreve como um “defensor da ética e da moral na gestão dos recursos públicos”.

Flávio Bolsonaro foi denunciado na semana passada pelo MPRJ por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele é apontado por comandar um esquema de corrupção que desviava a maior parte dos salários de funcionários em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) durante mais de uma década de mandato enquanto deputado estadual junto ao PM reformado Fabrício Queiroz – apontado como o operador das manobras ilícitas. 

O gabinete do filho do presidente também empregou a mulher e a mãe do ex-capitão da Polícia Militar Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado pelas investigações do MP como o chefe da milícia de Rio das Pedras e o líder do Escritório do Crime, grupo que pratica assassinatos sob encomenda no Rio de Janeiro. Ele foi morto em operação policial na Bahia em fevereiro deste ano. 

Na operação desencadeada hoje, as investigações da polícia e do MP apontam que Sargento Lopes tinha envolvimento com a organização criminosa miliciana.

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Junto com o filho, que também é PM, o candidato teria facilitado a atuação do grupo, sem coibir os crimes praticados. Procurado por VEJA, nenhum representante do candidato e de seu filho foi localizado para comentar o assunto. Ele se defendeu por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais. “Não tenho nada de ilegal na minha casa, não pertenço à milícia e muito menos a um grupo de extermínio”, declarou o político. 

O patrimônio declarado pelo Sargento Lopes ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aumentou de R$ 84 mil em 2018, quando ele se candidatou a deputado federal, para R$ 581 mil declarados em 2020 – disso, R$ 160 mil foram declarados como quantia em espécie.

Sargento Lopes já foi preso em 2012 durante a Operação Purificação. Então policial militar, ele foi denunciado junto a mais de 60 colegas pelos promotores à época por formação de quadrilha armada, tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa, corrupção passiva e extorsão mediante sequestro.

Armas, uniformes militares e joias apreendidas em operação contra a milícia de Magé (Polícia Civil/Divulgação)

O objetivo da operação de hoje é cumprir dez mandados de prisão e 29 de busca e apreensão. Nove pessoas foram presas. Ao todo foram denunciadas 16 pessoas, de acordo com o MP. 

De acordo com a denúncia, os alvos da operação “integram uma milícia que possui dimensões consideráveis, atuando de forma setorizada, e instalando verdadeiro regime de terror em alguns bairros do município de Magé”. Em nota, o MP afirma que “as investigações apontam que os integrantes figuram como autores de homicídios e torturas ocorridos na região, com o intuito de ‘manter a ordem’ e impor seu domínio territorial”. 

A promotoria informou que os investigados praticam também “furto de combustível, venda de cigarros, além de outras práticas ilícitas comuns ao atuar criminoso de milicianos, como a exigência do pagamento de ‘taxa de segurança’ por comerciantes locais, a comercialização de cestas básicas, o exercício do monopólio de venda de gás de cozinha aos moradores, além da imposição de serviço clandestino de TV a cabo”.

A Polícia Civil e o MP dizem que o líder da milícia é André Cosme da Costa Franco, vulgo André Careca. Demais integrantes da organização criminosa atuam como “braço armado”, cobram a “taxas de segurança”, fazem agiotagem, entre outros crimes. Todos eles foram denunciados por constituição de milícia. A denúncia foi recebida pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.

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