No pedido de instauração de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar as ligações do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, diz que é “expressamente referido” que “1 milhão de reais foi depositado na conta” do parlamentar. O documento aponta um valor total repassado para o parlamentar de 3,1 milhões de reais.
A afirmação do procurador está no item 36, página 40 do inquérito encaminhado ao Supremo. Toda essa documentação foi liberada nesta sexta-feira pelo ministro Ricardo Lewandowski para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, e para o Conselho de Ética do Senado, que está apreciando pedido de cassação do mandato do senador Demóstenes.
“Em diálogo no dia 22 de março de 2011, às 11h18, entre Carlos Cachoeira e Cláudio Abreu, não degravado pela autoridade policial, é expressamente referido que o valor de um milhão foi depositado na conta do senador Demóstenes e que o valor total repassado para o Parlamentar foi de 3.100.000 reais (três milhões e cem mil reais)”, escreveu o procurador da República no inquérito, após analisar documentos da Operação Monte Carlo, que desmontou o esquema de ocupação de poder por parte de Cachoeira em todas as esferas do estado.
Em despacho assinado na tarde de sexta-feira, Lewandowski deixou claro que a CPI, o Conselho do Senado e a Comissão da Câmara devem preservar o segredo das informações do inquérito, em especial as interceptações telefônicas. A publicação da íntegra do inquérito relacionado ao senador pelo site 247 poderá gerar uma investigação no STF.
(Agência Estado)