O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar os radares móveis nesta segunda-feira, 12, e prometeu acabar com os dispositivos eletrônicos nas estradas brasileiras. A declaração foi dada em uma cerimônia de liberação de um trecho de 47 quilômetros de duplicação da BR-116 na cidade de Pelotas, no interior do Rio Grande do Sul.
“Estou com uma briga na Justiça, junto com o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, para acabar com os radares móveis do Brasil”, disse o presidente em seu discurso. “Isso é coisa de uma máfia de multas, é um dinheiro que vai para o bolso de poucos aqui no Brasil, é uma indústria de multas”, comentou. E prometeu: “A partir da semana que vem, não teremos mais essa covardia de radares móveis no Brasil”.
Além disso, o presidente citou o projeto enviado por seu governo para a Câmara dos Deputados que aumenta a validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de 5 para 10 anos e acaba com a exclusividade dos Detrans na indicação médicos para conceder o atestado de saúde para que os cidadãos consigam a habilitação.
Bolsonaro também afirmou que “sugeriu” que o limite máximo de pontos para que um motorista perca a habilitação seja aumentado de 20 para 40 pontos, “porque quando um motorista profissional perde sua carteira de motorista, na verdade ele está perdendo a sua carteira de trabalho”.
Esta é a segunda vez que Bolsonaro argumenta contra os radares nos últimos dias. No sábado 10, na Marcha para Jesus em Brasília, o presidente pediu apoio do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) na “luta” contra os aparelhos. “Estou numa luta para acabar com essa roubalheira. Tenho certeza que o governador do Distrito Federal também vai comprar essa briga aqui”, afirmou.
Há duas semanas, a juíza Diana Wanderley da Silva, da 5ª Vara Federal de Brasília, homologou um acordo para a instalação de 1.140 radares em rodovias federais. Os aparelhos serão instalados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para cobertura de 2.278 faixas de rodovia que são consideradas mais críticas, em que trafegam um maior número de pessoas.
O acordo foi proposto em um ação aberta após Bolsonaro anunciar que impediu a instalação de 8.000 radares nas rodovias federais.
Em sua decisão, a juíza informa que sequer há 8.000 processos ou contratos envolvendo radares nas rodovias federais. “Há apenas 24 processos administrativos junto ao Dnit envolvendo radares, referentes a 8.000 (oito mil) faixas, que podem representar ao todo cerca de 4.000 (quatro mil) radares nas Rodovias Federais não concedidas. Contudo, entre estas 8.000 (oito mil) faixas, há várias de criticidades muito baixas e baixas”.
Ferrovias
No discurso de cerca de dez minutos, nesta segunda-feira, 12, Bolsonaro também mencionou que pretende, “em 2023”, integrar a malha ferroviária da região Sul com a malha em construção que ligará o porto de Taqui, no Maranhão, ao porto de Santos, em São Paulo. “Não dá para fazer antes de 2023”, afirmou o presidente, sinalizando que buscará a reeleição em 2022.
(Com Estadão Conteúdo)