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Ao ‘Jornal Nacional’, Marina Silva promete ‘governo de transição’

Sem uma grande aliança, candidata da Rede afirmou que governará com os melhores de todas as siglas: 'Pessoas boas existem em todos os partidos'

Por Da Redação Atualizado em 31 ago 2018, 15h17 - Publicado em 30 ago 2018, 22h21

A candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, falou nesta quinta-feira ao Jornal Nacional que vai fazer um “governo de transição”, baseado no diálogo com todos os partidos, e que sua eventual Presidência não será sabotada pela esquerda ou por quem tenha se desligado de sua sigla nos últimos anos por divergências.

“O Itamar Franco não tinha uma base e conseguiu governar e fazer uma transição”, declarou a candidata da Rede, que não tem uma grande aliança eleitoral. “Em quatro anos eu vou governar esse país para que a gente possa combater a corrupção e ter um país justo e bom para todas as pessoas.”

Marina foi a quarta candidata a ser ouvida pelo programa da TV Globo. Ao ser questionada sobre as coligações da Rede com PT, PSDB e partidos do Centrão nos estados, Marina disse que todos as siglas possuem bons nomes e que governará com os melhores de cada agremiação. Ela negou ser “oportunista” e disse que o que vale é sua trajetória de mais de trinta anos na política.

“Eu falo isso desde 2010 e tem até gente me copiando: pessoas boas existem em todos os partidos e nós não podemos fazer recortes partidários. Se a gente for olhar só para os partidos, fica muito difícil qualquer forma de diálogo político. A gente tem que olhar para as pessoas, para as trajetórias.”

Rede

Marina também respondeu a perguntas sobre a dificuldade de criar a Rede, em 2015 – o que a forçou a concorrer à Presidência, um ano antes, pelo PSB –, e sobre a saída de sete integrantes, em 2016, com duras críticas à agremiação pela falta de posicionamento sobre grandes questões nacionais.

A candidata afirmou que considera natural numa democracia que políticos troquem de partido e declarou que continua mantendo boa relação com antigos quadros da Rede e ex-companheiros do PT, como Eduardo Suplicy, que ela disse que seria incapaz de “sabotar” um eventual governo seu.

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Marina negou que a fragilidade da Rede signifique falta de autoridade e afirmou que “ser líder não é ser dono do partido”. A ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula voltou a defender seu posicionamento a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mesmo com divisão interna da Rede sobre o tema, e disse que, com as informações que tem hoje sobre a Operação Lava Jato, não declararia apoio ao tucano Aécio Neves no segundo turno das eleições de 2014.

Ela também afirmou não ter compromisso com o erro ao responder sobre as denúncias de corrupção que surgiram após a morte de Eduardo Campos (PSB-PE), de quem foi vice. Campos morreu em acidente aéreo em 2014. Ela preferiu não entrar na questão sob o argumento de que o aliado não poderia mais se defender.

Falta de posições

A candidata foi questionada sobre não ter propostas concretas para a reforma da Previdência e para a idade mínima de aposentadoria. Segundo Marina, o tema será discutido com empresários e trabalhadores. Ela afirmou que a diferença na idade entre homens e mulheres será mantida enquanto houver sobrecarga para as mulheres, citando dado de que 80% do trabalho doméstico é feito pelas mulheres.

A presidenciável criticou privilégios, como a aposentadoria no Poder Judiciário.

Agronegócio

Marina afirmou que o agronegócio não pode ser visto como homogêneo e voltou a dizer que irá dialogar. Também afirmou que as licenças ambientais mais difíceis, como a da transposição do Rio São Francisco, saíram durante sua gestão no Ministério do Meio Ambiente e que é preciso parar de olhar para diretorias de licenciamento apenas como “custeio”.

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País do futuro

Questionada sobre qual país desejaria para o futuro, a candidata da Rede terminou ressaltando sua trajetória de mulher negra, mãe de quatro filhos, seringueira, empregada doméstica, alfabetizada aos 16 anos e que agora tem o compromisso de “construir um país justo e bom para todos”. Ela afirmou que, por suas características, não quer ser a exceção, mas a regra.

O Jornal Nacional entrevistou os quatro candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto: Ciro Gomes, do PDT, foi ouvido por William Bonner e Renata Vasconcellos na segunda-feira, Jair Bolsonaro, do PSL, na terça, Geraldo Alckmin, do PSDB, na quarta, e, por fim, Marina Silva, nesta quinta. A ordem foi determinada por sorteio.

O ex-presidente Lula (PT), que lidera os levantamentos de opinião, não poderá ser entrevistado nesta sexta porque está preso em Curitiba, e a Justiça não o autoriza a falar com a imprensa.

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