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Aliado de Renan articulou para Costa ser mantido na Petrobras

Deputado Aníbal Gomes, apontado como o preposto do presidente do Senado no petrolão, diz à PF que buscou apoio político para o então diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 set 2015, 20h10

O deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado pelo Ministério Público como o preposto do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDN-AL), no escândalo do petrolão, disse à Polícia Federal que buscou, junto a quadros peemedebistas, apoio político para o então diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Gomes negou ter recebido ou exigido propina em troca do suporte partidário ao ex-dirigente, embora Costa já tenha afirmado às autoridades da Lava Jato que, a mando de Calheiros, o deputado participou de reuniões com empreiteiros para discutir valores de propinas obtidas a partir de contratos fraudados na Petrobras. O ex-dirigente da estatal é um dos principais delatores do escândalo do petrolão.

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À Polícia Federal (PF), o deputado disse que apresentou o ex-diretor da Petrobras a Renan Calheiros e ofereceu uma versão pouco factível para a reunião entre o senador e o ex-dirigente da petroleira: “[A apresentação] se deu pelo fato de que Paulo Roberto Costa sempre foi uma pessoa muito cortês, atendendo seus pleitos institucionais e também porque estava à frente da implantação da refinaria no Ceará”. O deputado afirmou não haver motivos para que Costa afirmasse que ele agia em nome de Renan, apesar de a proximidade entre os dois parlamentares ser clara: Aníbal Gomes empregou em seu gabinete Rodrigo Calheiros, filho do senador. E mais: Aníbal Gomes disse ter se encontrado cerca de oitenta vezes com Costa apenas “para levar solicitações de empresas interessadas em se cadastrar para participar de licitações da Petrobras”.

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No encontro em que Costa foi apresentado aos quadros do PMDB estavam presentes, além de Renan, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-presidente da Câmara. Apesar das tratativas, o deputado disse que o ex-diretor da Petrobras “não foi apoiado pelo PMDB para se manter no cargo de Diretor de Abastecimento”, versão que conflita com a apuração dos investigadores da Lava Jato.

O depoimento de Aníbal Gomes ao delegado da PF Josélio de Sousa foi marcado por contradições: o parlamentar não soube explicar a origem de 1,8 milhão de reais que tinha em dinheiro vivo em sua casa. Em um segundo momento, mudou de versão e disse que tinha apenas 200.000 reais em sua residência.

Renan Calheiros é investigado no STF pelos crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Além da acusação de embolsar propina de contratos fraudados na estatal, o Ministério Público aponta que o atual presidente do Senado e parte da bancada do PMDB na Casa pressionaram para que Paulo Roberto Costa permanecesse à frente da companhia para repassar aos parlamentares propina da empresa. O envio de propina era, segundo o MP, mediado pelo lobista Fernando Soares, conhecido por Fernando Baiano, enquanto Aníbal Gomes atuava como intermediário de Calheiros no esquema criminoso na Petrobras. As comprometedoras revelações contra Renan foram feitas em acordos de delação premiada do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor Paulo Roberto Costa.

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