Advogados de Dirceu atacam delatores em defesa final
Defesa do ex-ministro comparou situação financeira do petista à dos delatores que o citaram na Lava Jato e acusou a força-tarefa de 'escolher a dedo' trechos de depoimentos

A defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu apresentou nesta terça-feira ao juiz federal Sergio Moro as alegações finais no processo em que Dirceu é réu por corrupção e lavagem de dinheiro. A peça afirma que o petista não participou do esquema de corrupção na Petrobras e distribui ataques a procuradores da Operação Lava Jato e delatores que citaram Dirceu em depoimentos. A fase de alegações finais da defesa e do Ministério Público precede o anúncio da sentença pelo juiz. No início de abril, o MP apontou elementos para a condenação de Dirceu e mais treze pessoas, entre as quais o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, os executivos da Engevix Gerson Almada, José Antunes Sobrinho e Cristiano Kok, o irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, Roberto Marques, o ‘faz-tudo’ do petista, e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
No documento de alegações enviado a Moro, os advogados de José Dirceu afirmam que os delatores que o implicaram em seus depoimentos sempre usaram seu nome como uma “marca” para obter vantagens financeiras e, agora, estariam fazendo o mesmo em troca de vantagens jurídicas. “A ‘entrega’ de um nome interessante, ligado a um partido político – altamente impopular atualmente, diga-se”, foi, conforme a defesa de Dirceu, “uma oportunidade mais do que atraente a qualquer pessoa que estivesse com sua liberdade seriamente ameaçada”.
Um dos delatores mencionados pela defesa do ex-ministro é o lobista Fernando Moura, apontado como operador de propinas do PT, cujo acordo de colaboração o Ministério Público quer anular. De acordo com o MP, Moura mentiu em interrogatório ao atribuir a Dirceu uma “dica” para que deixasse o Brasil durante o escândalo do mensalão. Em uma primeira versão, Moura responsabilizou o petista pela ordem; depois, admitiu a mentira e disse que não saiu do Brasil por sugestão do ex-ministro. “É de se relembrar que José Dirceu está preso desde agosto passado, em razão de ter sido acusado por Fernando Moura de supostamente ter-lhe dado ‘uma dica’ para fugisse do país”, argumenta a defesa.
A defesa de Dirceu tenta argumentar pela inocência do petista comparando a situação financeira do ex-ministro, “devendo empréstimo obtido ao Banco do Brasil”, à dos delatores que “ficaram milionários, e usaram parte de tais milhões para arcarem com seus acordos de colaboração”.
Os advogados de Dirceu também atacam os procuradores da Lava Jato, acusados de “escolher a dedo trechos de depoimentos que satisfazem sua pretensão acusatória” e não confrontarem os depoimentos dos colaboradores premiados a outras provas. “Essa verdade não interessa aos procuradores e à opinião pública. É, pois, uma verdade considerada ‘sem graça’. E ‘uma verdade sem graça’ pode ser eclipsada por uma excitante mentira”, conclui.
LEIA TAMBÉM:
MP denuncia Lula por suspeitas de atrapalhar investigações da Lava Jato
Essa é uma matéria exclusiva para assinantes. Se já é assinante, entre aqui. Assine para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.
Essa é uma matéria fechada para assinantes e não identificamos permissão de acesso na sua conta. Para tentar entrar com outro usuário, clique aqui ou adquira uma assinatura na oferta abaixo
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique. Assine VEJA.
Impressa + Digital
Plano completo de VEJA. Acesso ilimitado aos conteúdos exclusivos em todos formatos: revista impressa, site com notícias 24h e revista digital no app (celular/tablet).
Colunistas que refletem o jornalismo sério e de qualidade do time VEJA.
Receba semanalmente VEJA impressa mais Acesso imediato às edições digitais no App.
MELHOR
OFERTA
Digital
Plano ilimitado para você que gosta de acompanhar diariamente os conteúdos exclusivos de VEJA no site, com notícias 24h e ter acesso a edição digital no app, para celular e tablet. Edições de Veja liberadas no App de maneira imediata.
30% de desconto
1 ano por R$ 82,80
(cada mês sai por R$ 6,90)