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Adversário de Renan, Taques critica corporativismo

Ciente do favoritismo do adversário do PMDB, Pedro Taques questionou o plenário: "Queremos o melhor para nós ou o melhor para a nação?"

Por Laryssa Borges, Marcela Mattos e Gabriel Castro, de Brasília
1 fev 2013, 12h16

Único adversário de Renan Calheiros (PMDB-AL) na disputa pela presidência do Senado Federal, Pedro Taques (PDT-MT) afirmou em discurso na tribuna da Casa ter certeza da sua derrota. Ainda assim, disse, manteve a candidatura alternativa para mostrar que “as coisas podem ser diferentes, o passado não precisa necessariamente voltar e há modos melhores de fazer política”.

O candidato alternativo tentou convencer o plenário de que a letargia de consagrar um político de velhos hábitos não atende aos anseios da sociedade e mantém o Senado como uma Casa corporativista de troca de favores. “A ética estará com os vencedores ou com os perdedores, senhores senadores? Quais de nós serão mais bem acolhidos, não nesta Casa, mas pela sociedade brasileira. Os vencedores ou os perdedores? Queremos o melhor para nós ou o melhor para a nação?”, questionou.

Sem atacar pontualmente a biografia de denúncias do rival peemedebista, Taques declarou que mesmo derrotas pontuais, como a anticandidatura de Ulysses Guimarães à presidência da República, podem ser mais emblemáticas que vitórias avassaladoras. “Existem vitórias que elevam o gênero humano e outras que o rebaixam. Tantas vezes é entre os derrotados, os que perderam, os que não conseguiram, que o espírito humano mais se mostra elevado, que a política renasce, que a sociedade progride”, disse.

“Nas andanças do tempo, vencedores podem ser efêmeros; os derrotados de um dia, vencem noutro. Maiorias se tornam minorias. Mas a dignidade, senhores senadores, jamais esmorece”, completou Taques.

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Infográfico:

Na Rede de Escândalos, os – muitos – rolos de Renan Calheiros

Mesmo novato no Senado, Pedro Taques ainda desafiou o adversário e seus 18 anos de mandato parlamentar a realizar uma gestão em prol da valorização do Congresso e em benefício de setores excluídos da população. “É como derrotado que posso dizer francamente que a sociedade brasileira clama por mudança, por dignidade, por esperança, por novos costumes políticos, por uma nova compreensão de nosso papel como senadores”, afirmou. Com no máximo 20 votos, de acordo com cálculos de seus apoiadores, Taques provocou: “posso ser um perdedor, mas para mim, a lisura, a transparência, o comportamento austero são predicados inegociáveis de um presidente do Senado. Será que os vencedores também poderão dizê-lo?”, discursou.

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Ciente da fama de “vingativo” do adversário, Taques ainda falou da possibilidade de futuras retaliações. “Sou o anticandidato, o que perderá. Não sou especial. Não tenho qualidades que cada cidadão brasileiro, trabalhador e honesto, não tenha também. A ética que proclamo é aquela que quase todos os brasileiros se orgulham de cultivar. Eu não temo o próprio passado e, portanto, não tenho medo do futuro”, disse.

Propostas – Ao comprometer-se a impugnar “os exageros” do Executivo, Taques cutucou Renan: “Será que o anunciado vencedor pode fazer idêntica promessa?”, referindo-se ao apoio que o alagoano obteve do Palácio do Planalto. Taques seguiu a investida ao prometer desconcentrar o poder de presidente, distribuindo a relatoria dos projetos por sorteios. “Como agirá o vencedor? Distribuirá apenas entre os seus?”.

O candidato “independente” prometeu ainda ser rigoroso aos “contrabandos legislativos”, de forma a impedir o “oportunismo de alguns às já abusivas medidas provisórias”; a criação de uma agenda pública e transparente para a apreciação dos vetos presidenciais; e uma aproximação com a sociedade brasileira, sugerindo a construção de mecanismo que permita aos cidadãos formular requerimentos de urgência para votação de matérias.

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