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A matemática do União Brasil nas negociações com o governo Lula

Partido busca por mais espaço na gestão petista em troca de votações mais significativas no Congresso a favor de pautas estratégicas do governo Lula

Por Ricardo Chapola
5 fev 2023, 18h52

Enquanto o Planalto tenta montar uma base de apoio minimamente sólida no Congresso, lideranças do União Brasil fazem cálculos que visam justificar os pedidos feitos pelo partido até aqui durante as negociações com o governo Lula. Embora já tenha sido contemplada com três ministérios na Esplanada, a legenda reivindica mais espaço na gestão petista, sob o argumento de ter a capacidade de oferecer muito mais votos a Lula na Câmara e no Senado em relação a outros aliados do presidente.

O União Brasil ganhou um valor estratégico não apenas pela representatividade no Congresso, como também por ser um dos únicos partidos de centro-direita que ainda não tinha definido sua forma de atuação na legislatura desse ano. A sigla conta com 59 parlamentares na Câmara e 10 no Senado e, diante da configuração atual, pode assumir o papel de fiel da balança de Lula no parlamento.

Apesar de abrigar uma ala bolsonarista, a legenda, controlada por Luciano Bivar, com quem Lula mantém boa relação, é formada por uma maioria independente. Na Câmara, por exemplo, 20 parlamentares são declaradamente opositores de Lula, 5 são governistas e outros 34 devem flutuar entre votações favoráveis ou não ao Planalto.

A reclamação de alguns caciques do União Brasil por mais cargos visa justamente afagar essa última ala volúvel do partido. As vagas em questão ainda não foram definidas e estão sendo discutidas pelo Planalto. Elas podem envolver órgãos cobiçados por parlamentares, como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), até então controlada pelo centrão e que executou boa parte das obras pagas com verbas das emendas de relator; além da direção do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelos programas de educação básica e dono de um orçamento previsto de R$ 3,1 bilhões em 2023 – também sob tutela de políticos do centrão até 2022.

Se todos os congressistas ligados aos partidos de esquerda e aos três de centro-direita já contemplados na aliança do petista (MDB, PSD e União Brasil) de fato apoiarem o presidente, o governo poderá contar com 287 votos dos 513 na Câmara; e 47 dos 81 no Senado. Embora seja expressivo e garanta maioria, esse número ainda assim não seria suficiente para aprovar algumas matérias, como propostas de emendas à Constituição. Nesses casos, são necessários 308 votos na Câmara e 49 no Senado.

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