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A defesa do Exército ao comandante demitido por Lula

Na mira da CPI do 8 de janeiro, general Júlio César de Arruda conta com o respaldo do atual comando da força

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 Maio 2023, 18h04

O general Júlio César de Arruda foi demitido do Comando do Exército pelo presidente Lula em 21 de janeiro, após permanecer por apenas duas semanas no posto, o menor período de tempo desde a Proclamação da República.

Com a exoneração, a carreira de Arruda acabou abreviada e ele saiu de cena, sem jamais ter comentado o episódio publicamente. No entanto, a CPI Mista dos Atos do 8 de janeiro pode quebrar o silêncio do militar. Como o general esteve no comando do Exército durante os ataques às sedes dos três poderes, ele deve entrar no rol dos convocados a prestar explicações.

Reportagem de VEJA desta semana mostra a preocupação do governo com o potencial de a CPI gerar uma crise com as Forças Armadas. Lula assumiu a Presidência em meio a desconfiança com os fardados e acusações feitas por ele e seu entorno de que houve uma tentativa de golpe forjada por uma parte dos militares para derrubar o governo. Desde então, há um esforço para superar o desgaste e restabelecer as pontes entre as forças e o Planalto.

Arruda foi demitido após resistir a barrar a promoção do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, como chefe do 1º Batalhão de Ações e Comandos, sediado em Goiânia. O veto a Cid era uma exigência de Lula, que ressaltava que ele era alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal. À época, era sabido que o militar era investigado por ter participado de uma live com Bolsonaro na qual foi colocada em dúvida a segurança das urnas eletrônicas.

O tenente-coronel foi preso no início de maio, sob a suspeita de fraudar certificados de vacinação de Bolsonaro. Em quebra de sigilo, conversas com teor golpista foram encontradas no celular do militar.

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Apesar do enredo, a atual cúpula do Exército mantém apoio à decisão de Arruda de não ter acatado, à época, o veto à movimentação de Mauro Cid. O argumento principal é o de que a indicação dele aconteceu em maio de 2022, muito antes das eleições, e seguindo critérios técnicos e de mérito dentro da força, sem interferência política. Internamente, o tenente-coronel se consagrava por ter um currículo exemplar.

Além disso, setores do PT e da esquerda sempre defenderam mudanças nas regras de promoções de oficiais e generais, o que não é bem recebido dentro das forças, que defende ter autonomia para fazer as movimentações. Ou seja, por essa avaliação, e diante das informações a que se tinha acesso naquele momento, o então comandante estava correto ao manter a promoção de Cid. Em conversas antes de assumir o posto, o atual comandante do Exército, Tomás Paiva, já chamou Arruda de “irmão” e “um grande talento”, além de afirmar que ele tomou atitudes equilibradas durante o 8 de janeiro.

À CPI, além da relação com Cid, o ex-comandante Arruda deve ser instado a dar explicações sobre o acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército após a vitória de Lula e também sobre a decisão de não desmobilizar o local ainda na noite de 8 janeiro – inclusive posicionando militares e veículos blindados para isolar a região militar. Apesar de inicialmente ter sido tratada como uma ameaça, a decisão acabou contando com o aval do presidente Lula, que concordou que seria melhor uma ação coordenada na manhã do dia seguinte.

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