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Mais da metade das brasileiras na pós-menopausa têm carência de vitamina D

Um novo estudo mostrou que a deficiência da substância entre as brasileiras é 15% maior em locais com menor intensidade solar, como na região Sul do país

Por Giulia Vidale
28 out 2015, 12h16

Mais da metade das brasileiras na pós-menopausa sofrem com a carência de vitamina D. Esse quadro é ainda mais grave em locais com menor intensidade solar, como na região Sul do país. É o que diz um estudo realizado em conjunto por pesquisadores da Unifesp e da Associação Brasileira de Avaliação e Osteometabolismo (Abrasso).

Para a pesquisa, foram analisados dados de 1.933 brasileiras com idades entre 60 e 85 anos que eram portadoras de osteopenia (redução da massa óssea) e osteoporose. As participantes residiam nas cidades de Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba ou Porto Alegre. De acordo com os autores, a escolha das cidades foi proposital para analisar se havia uma associação entre latitude e concentração de vitamina D.

“O problema é mais acentuado nas regiões onde o sol é menos intenso. Isso porque mais de 90% da vitamina D presente em nosso corpo é produzida por um processo bioquímico desencadeado quando os raios solares incidem sobre a pele.”, explicou Henrique Pierotti Arantes, endocrinologista da Abrasso e principal autor do estudo. “Quanto maior a latitude, menor o impacto dos raios sobre a pele da população e vice-versa”, disse o endocrinologista.

Os resultados do exame 25 hidroxivitamina D, que mede a concentração de vitamina D no organismo, mostrou que 51,3% das participantes tinham níveis inadequados (menor que 30 ng/mL) da substância. Em relação ao déficit por regiões, a carência de vitamina D (menor que 20 ng/mL) foi encontrada em 10% das mulheres nas cidades do Nordeste e chegou a 25% nas cidades do Sul do país.

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“Para cada grau de latitude ao sul do país, há uma queda na concentração de vitamina D, de, em média, 0,3 ng/mL. Esses dados são importantes para a prevenção e controle da osteoporose no país. A carência de vitamina D pode diminuir o efeito do tratamento da doença, facilitar a ocorrência de fraturas em casos mais graves e até dificultar a absorção de cálcio intestinal, fundamental para que um indivíduo mantenha uma boa saúde óssea”, explica Arantes.

Silenciosa e assintomática, a osteoporose provoca o desgaste progressivo dos ossos e atinge cerca de 10 milhões de pessoas no Brasil, principalmente idosos e mulheres na pós-menopausa. Dados da International Osteoporosis Foundation (IOF) apontam que a doença é responsável por mais de nove milhões de fraturas por ano no país.

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Embora a falta de vitamina D no organismo seja um problema crônico no país, ela pode ser combatida por meio de uma medida bastante simples: tomar sol. “O ideal é expor o tronco, os braços e as pernas, sem filtro solar, por apenas 10 minutos, das 10 horas e às 15 horas”, afirma a endocrinologista Marise Lazaretti Castro, diretora científica da Abrasso e coordenadora do estudo. A especialista ressalta, contudo, que pessoas com contraindicação ao sol, como aquelas que já tiveram câncer de pele ou com predisposição a ele, não devem fazer essa exposição. Nesse caso, é preciso procurar um médico para obter a vitamina por meio de suplementos.

“Pessoas do grupo de risco como idosos, obesos, doentes crônicos, pessoas com doenças inflamatórias, má absorção intestinal ou que foram submetidas à cirurgia bariátrica também devem procurar um médico para analisar a necessidade de suplementação de vitamina D”, explica Marise.

Ação da vitamina D – A substância é produzida pelo organismo quando os raios ultravioletas B (UVB) incidem sobre a pele e, internamente, desprendem partículas que dão origem à vitamina. Quando a substância é absorvida pela corrente sanguínea, passando pelo fígado e pelo rim, ela é transformada no calcitriol, um poderoso hormônio que aumenta a absorção de cálcio pela via intestinal.

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