Hipertensão crônica eleva risco de complicações na gravidez e no parto
Segundo estudo, mulheres que sofrem da doença têm oito vezes mais probabilidade de sofrer de pré-eclâmpsia
Grávidas com hipertensão (pressão arterial maior que 14 por 9) têm mais chances de sofrer complicações na gravidez e de gerar bebês com problemas do que gestantes com pressão arterial normal. Essa é a constatação de um estudo do King’s College de Londres, na Inglaterra, publicado online nesta terça-feira no periódico BMJ.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Chronic hypertension and pregnancy outcomes: systematic review and meta-analysis
Onde foi divulgada: periódico BMJ
Quem fez: Kate Bramham, Bethany Parnell, Catherine Nelson-Piercy, Paul T Seed senior, Lucilla Poston e Lucy C Chappell.
Instituição: King’s College de Londres, na Inglaterra
Resultado: Mulheres grávidas com hipertensão crônica podem ter maior incidência de pré-eclâmpsia e de parto prematuro. Além disso, a criança tem mais chances de nascer com um baixo peso e de morrer durante o período perinatal e neonatal.
Ao revisar 55 pesquisas realizadas em 25 países com 800 000 pessoas, os cientistas constataram que a hipertensão pode levar ao parto prematuro (antes de 37 semanas de gestação), ao baixo peso do bebê (menos de 2,5 quilos) e à morte da criança tanto no período perinatal (compreendido entre a 22ª semana de gestação e os sete primeiros dias de vida do nenê), quanto no neonatal (até depois de um mês de vida do recém-nascido).
O risco de pré-eclâmpsia (condição associada à pressão alta que surge a partir da 20ª semana de gravidez e pode causar problemas como descolamento precoce de placenta) foi oito vezes maior entre grávidas que tinham hipertensão crônica do que entre aquelas com pressão arterial normal. Já os incidentes neonatais foram duas vezes mais recorrentes em hipertensas crônicas.
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Entre 1 e 5% das grávidas tem pressão alta, taxa que aumentou de 1995 e 1996 a 2007 e 2008, principalmente por causa da idade em que as mulheres estão engravidando – cada vez mais elevada – e da obesidade. Com esses dados, os pesquisadores alertam para a importância do pré-natal e dos cuidados com a saúde antes da gravidez – afora a necessidade de melhores estratégias para tratar grávidas hipertensas.