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Dengue sobrecarrega hospitais particulares no Rio

Pacientes enfrentam dificuldade para encontrar vagas de internação e fila nas emergências, para obter diagnóstico

Por Rafael Lemos e Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
6 abr 2011, 12h13

O Rio tinha, até a última contagem oficial, divulgada na semana passada, 31.412 casos de dengue notificados

O aumento dos casos de dengue no Rio de Janeiro sobrecarrega a rede particular de saúde da capital. Os pacientes enfrentam dificuldades para conseguir vagas para internação e têm amargado horas na fila para confirmar o diagnóstico nas emergências. A saturação do sistema privado de saúde acabou por unir os clientes de planos de saúde aos usuários das unidades públicas – também superlotadas.

Na tarde de terça-feira, no Copa D’Or, principal hospital particular da zona sul do Rio, a orientação era transferir os pacientes com dengue para outras unidades. No Prontobaby, no bairro da Tijuca, na zona norte, também não havia mais vagas, e a recepção estava lotada de crianças com suspeita de dengue. O funcionário público Luiz Cláudio Sarmento, de 51 anos, levou a filha de 7 anos pela quarta vez à unidade.

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Desde a última sexta-feira, Sarmento e a menina passam cerca de 10 hora por dia no hospital, para o monitoramento de seu estado de saúde. “Na sexta, os exames já acusaram dengue. Mas, como a minha filha é cardíaca e toma um remédio que pode diminuir as plaquetas, estamos tendo que refazer os exames todo dia. Está muito cheio aqui. Demora demais. A maioria é suspeita de dengue”, conta Sarmento, que mora com a família em Parada de Lucas, também na zona norte.

O gerente de informática Gilson Fonseca, 42 anos, começou a passar mal no sábado. No dia seguinte, foi ao Copa D’Or, onde exames constataram queda do número de plaquetas. Nesta terça-feira, ele cumpriu a orientação de retornar ao hospital para refazer os testes após um período 48 horas. “Dessa vez, está demorando mais porque está realmente muito cheio. Já estou aqui há mais de três horas”, disse.

O Rio tinha, até a última contagem oficial, divulgada na semana passada, 31.412 casos de dengue notificados. Aos pacientes infectados pelo vírus da doença somam-se os que têm sintomas parecidos, como gripe e infecção de garganta – que, em tempos de surto de dengue, correm para as emergências para obter diagnóstico confiável.

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Foi essa preocupação que levou o analista de sistemas Maurílio Savo, de 52 anos, a levar a neta de 7 anos ao hospital. “Ela viajou para um hotel fazenda, em Barra do Piraí (interior do estado), no fim de semana. Tomou banho de cachoeira e voltou com dor de garganta e febre. Não sabemos se é gripe ou se ela foi picada pelo mosquito lá”, afirmou o avô, que algumas horas depois sairia do hospital mais aliviado. “Os exames indicaram que não deve ser dengue. Mas me disseram que, em caso de surto, é melhor seguir o tratamento de dengue mesmo assim. Me deram um panfleto com as explicações”.

Nos três primeiros meses de 2011, só no Prontobaby foram 49 casos de crianças internadas por dengue. Desse total, 75% eram maiores de cinco anos e, dessas 54% eram maiores de 10 anos. “O pico de internação ocorreu na última semana de fevereiro. Os números parciais de março apontam para um novo pico na última semana desse mês”, afirma o médico André Ricardo Araújo, coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da unidade.

Segundo os dados preliminares, em março, o hospital infantil atendeu 1.001 casos de febre sem foco, sendo que 382 eram dengue. No mesmo período do ano anterior, foram 234 casos de febre sem foco, sendo três casos de dengue. “Não houve grande variação no número total de atendimentos. O que mudou foi o número de casos de dengue. Essa situação contribui para aumentar o tempo de espera na Emergência, já que requer a adoção de uma série de procedimentos como a realização de hemograma, a hidratação venosa e a reavaliação do paciente, por exemplo”, explica a médica Martha Fabíola Tavares, coordenadora da Emergência do Prontobaby.

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