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‘Bisturi inteligente’ identifica tecidos cancerígenos

Invenção promete melhorar precisão de operações para retirada de tumores

Por Da Redação
17 jul 2013, 21h33

Cientistas desenvolveram um ‘bisturi inteligente’ capaz de identificar imediatamente se um tecido cortado durante uma cirurgia é cancerígeno ou não. No primeiro estudo que testou a invenção, a iKnife (como é chamado) diagnosticou amostras de tecidos de 91 pacientes com 100% de precisão. Os dados, que são fornecidos de maneira instantânea pelo instrumento, podem demorar até meia hora para serem realizados em laboratório. A descoberta foi realizada por pesquisadores do Imperial College London e publicada nesta quarta-feira no periódico Science Translational Medicine.

Em cânceres que envolvem tumores sólidos, a remoção cirúrgica é, normalmente, a melhor alternativa. Ao retirar o tumor, o cirurgião retira também tecidos saudáveis em volta, para ter uma margem de segurança e não deixar para trás células cancerígenas. No entanto, frequentemente é impossível dizer, apenas pela aparência do tecido, se ele é ou não cancerígeno.

Uma em cada cinco pacientes com câncer de mama que passam por uma cirurgia, por exemplo, precisa fazer uma segunda operação para remover o câncer por completo. Em casos nos quais não há uma certeza se o tecido na margem de segurança é ou não cancerígeno, amostras são enviadas para exame laboratorial – nesse meio tempo, o paciente permanece sedado.

Bisturi elétrico – A iKnife foi idealizada com base na eletrocirurgia, uma tecnologia inventada na década de 1920, que é muito usada atualmente. Esses bisturis usam corrente elétrica para aquecer o tecido, o que ajuda a minimizar a perda sanguínea. Ao fazer isso, eles vaporizam amostras do tecido cortado, criando uma fumaça que, normalmente, é sugada por sistemas de extração.

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Zoltan Takats, idealizador do bisturi, percebeu que essa fumaça poderia ser rica em dados biológicos. Para criar o aparelho, ele conectou um bisturi elétrico a um aparelho que identifica diferentes substâncias químicas presentes em uma amostra. Diferentes tipos de células produzem milhares de metabólitos (substâncias resultantes de reações químicas) em diferentes concentrações. Isso significa que o perfil biológico dos produtos químicos em uma amostra pode revelar informações sobre o estado do tecido em questão.

Pesquisa – Para o estudo, os pesquisadores usaram primeiramente a iKnife para analisar amostras de tecidos coletados de 302 pacientes que passaram por cirurgia. Nessa fase, eles coletaram informações sobre as características de milhares de tecidos cancerígenos e não cancerígenos, incluindo tumores cerebrais, de pulmão, estômago, colo e fígado, para criar um volumoso banco de dados.

Com a nova biblioteca organizada, a iKnife testou 91 tecidos – em todos, o diagnóstico feito pelo dispositivo estava de acordo com o diagnóstico pós-operatório realizado nos tecidos. “Esses resultados dão evidências de que a iKnife pode ser usada em diferentes tipos de cirurgias para o câncer”, diz Takats. “Ela fornece informações quase que instantaneamente, permitindo que os cirurgiões realizem procedimentos com um nível de precisão que não era possível. Acreditamos que ela tem o potencial de reduzir os índices de recorrência de tumores.”

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