Seguranças de Nisman se contradizem em depoimentos
Os responsáveis pela segurança do procurador-geral no dia em que ele foi encontrado morto caíram em contradição com relação ao horário que subiram ao apartamento de Alberto Nisman
A promotora Viviana Fein investiga fortes contradições nos depoimentos dos seguranças do procurador-geral argentino Alberto Nisman, encontrado morto na semana passada. Segundo o jornal Clarín noticia nesta segunda, uma das diferenças mais graves está nos horários que eles afirmaram ter subido ao apartamento de Nisman, no 13º andar de um prédio em Porto Madero, área nobre de Buenos Aires.
O sargento Armando Niz disse que se apresentou ao local para trabalhar e tocou a campainha de Nisman às 14h30, enquanto o sargento Luis Miño disse que foi às 17h00. Além disso, Niz afirmou que deixou seu telefone celular no carro, estacionado no subsolo, pois devido às chuvas o aparelho estava sem sinal. Já Miño afirmou que o veículo em que eles chegaram estava estacionado nas vagas de hóspedes, do lado externo do edifício, e que o telefone celular funcionava normalmente. Os dois sargentos formavam a dupla responsável pela segurança do procurador-geral na noite em que ele foi encontrado morto com um tiro na têmpora, em condições não esclarecidas.
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O chaveiro não conseguiu abrir a porta principal, pois a fechadura de código era muito complexa. Ele então tentou a entrada secundária, que estava aberta, segundo seu depoimento. O sargento Niz, Sara e uma amiga da mãe de Nisman foram os primeiros a entrarem no apartamento. Eles procuraram Nisman pelo local e constataram que a TV do quarto estava ligada e o banheiro estava trancado, com a luz acesa. Tentaram entrar no banheiro, mas algo os impedia de abrir a porta. Era o corpo sem vida de Nisman. O sargento Niz foi o primeiro a ver o procurador-geral caído sobre uma poça de sangue. Segundo seu depoimento, a mãe de Nisman viu o corpo apenas pela porta entreaberta e não quis entrar no banheiro. Depois disso, a polícia foi acionada.
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No dia seguinte à sua morte, o procurador-geral Alberto Nisman, de 51 anos, iria se apresentar no Congresso para dar detalhes de sua denúncia contra a presidente Kirchner e seu chanceler Héctor Timerman e outros dirigentes, acusados por ele de acobertar o Irã por seu alegado envolvimento no atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que deixou 85 mortos e 300 feridos em 1994. O governo negou a denúncia do procurador, chamando-o de mentiroso e atribuindo a atuação de Nisman a uma operação dos serviços de inteligência.