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Saúde debilitada impede opositor de ir a julgamento na Venezuela

Leopoldo López, que está há dezessete dias em greve de fome, perdeu dez quilos e não tem condições de se locomover da prisão em que está até o tribunal

Por Da Redação
10 jun 2015, 19h48

O chefe do partido de oposição venezuelano Vontade Popular, Leopoldo López, não compareceu nesta quarta-feira ao seu julgamento porque está “debilitado”, informou seu advogado, Juan Carlos Gutiérrez. O opositor, preso desde fevereiro de 2014 por ter organizado manifestações contra o presidente Nicolás Maduro, está há dezessete dias em greve de fome. A privação foi a única forma encontrada por López e pelo ex-prefeito de San Cristóbal, Daniel Ceballos, para protestar contra o autoritarismo de Maduro de dentro das prisões onde eles estão detidos. Além da libertação dos chamados “presos políticos”, os opositores exigem que o governo bolivariano convoque uma data fixa para as eleições parlamentares do país.

“[López] já perdeu dez quilos. Fazer o traslado [entre a penitenciária e o tribunal] nas condições em que ele se encontra, sem a devida presença de um médico, não tem sentido nenhum”, disse o advogado. O defensor também salientou que López teve seus direitos infringidos por não ser autorizado a contar com a assessoria do ex-primeiro-ministro da Espanha, Felipe González, no julgamento. González viajou para a Venezuela no domingo, mas foi obrigado a tomar um voo rumo à Colômbia, na terça-feira, após o governo de Maduro rechaçar todas as suas solicitações para amparar López e Ceballos. Maduro não só negou a participação do ex-premiê na audiência criminal como também ignorou os pedidos de visita às prisões onde se encontram os opositores.

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Logo após González deixar a Venezuela, Maduro recorreu a uma rede de televisão para dizer que o ex-premiê havia “fugido” do país. Ele também cobrou explicações de Bogotá, que forneceu um avião das Forças Aéreas para transportar o político à capital colombiana. Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, ignorou o estardalhaço de Maduro e emitiu um breve comunicado dizendo que se reuniu com González após sua chegada ao país, segundo o jornal El País. “O ex-premiê González foi um amigo incondicional da Colômbia e do processo de paz [negociado pelo país com o grupo terrorista Farc]”, diz a nota, sem que haja nenhuma referência à Venezuela.

Prisões arbitrárias – O governo bolivariano de Maduro decretou a prisão de López após acusá-lo de “incitar a violência” nos protestos que resultaram na morte de 43 pessoas, no ano passado. Daniel Ceballos, por sua vez, foi denunciado por respaldar os bloqueios montados por ativistas em vias públicas. Os familiares de Ceballos têm expressado preocupação com o agravamento do quadro clínico do ex-prefeito. Ele iniciou a greve de fome dois dias antes de López e, além de ter perdido dez quilos, só consegue se locomover em uma cadeira de rodas. Advogados do político disseram que ele se despediu da mãe por ter medo de morrer a qualquer instante. Na terça-feira, Luisa Ortega Díaz, procuradora-geral da Venezuela, disse que o governo examinou o opositor e constatou que a sua saúde “não apresenta nenhuma irregularidade”.

(Da redação)

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