Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Maduro ignora solicitações e ex-premiê espanhol deixa a Venezuela

O governo bolivariano não concedeu permissão para que Felipe González visitasse os presos políticos nem assistisse aos julgamentos como um civil

Por Da Redação
9 jun 2015, 17h56

A visita do ex-primeiro-ministro da Espanha, Felipe González, à Venezuela foi mais curta do que o esperado. Sem ter o que fazer no país, o político tomou um avião em Caracas, nesta terça-feira, e partiu em direção à capital colombiana Bogotá. A mudança nos planos foi determinada após o governo de Nicolás Maduro ignorar as solicitações feitas por González para se encontrar com os presos políticos do regime bolivariano e para assessorar os advogados que os representarão nas audiências criminais. Segundo o jornal El Universal, Maduro não se deu nem ao trabalho de responder aos pedidos do ex-premiê e deixou o político sem ter muitas escolhas de como proceder com a viagem. Por respeito às instituições venezuelanas, González decidiu não confrontar o governo e abandonou o país.

González havia desembarcado em Caracas no domingo. Ele se encontrou na segunda-feira com membros da plataforma opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) para aconselhar os políticos que pretendem concorrer às eleições parlamentares previstas para o fim deste ano. A intenção do ex-premiê era visitar o chefe do partido Vontade Popular, Leopoldo López, e o ex-prefeito de San Cristóbal, Daniel Ceballos, nas prisões em que eles se encontram. Não houve, contudo, resposta das autoridades. Já havia sido negada a González a possibilidade de participar dos julgamentos como defensor dos opositores presos, entre eles o ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma. O político enviou uma solicitação para assistir às audiências como um civil, mas também não obteve nenhum parecer dos juízes venezuelanos.

Leia também:

Em greve de fome, Leopoldo López vai à audiência de ambulância

Continua após a publicidade

Opositor em greve de fome perdeu 10 quilos e está em cadeira de rodas

EUA acusam Venezuela de não se empenhar no combate ao narcotráfico

“Foram apresentados todos os documentos para que as autoridades permitissem a sua ida ao julgamento e para que ele pudesse ingressar nas prisões, mas não obtivemos resposta oficial por escrito. Acredito que foi correta a postura de González de manter uma linha de respeito institucional com as autoridades da Venezuela”, disse o advogado Juan Carlos Gutiérrez, que integra a defesa de López, à agência EFE. O jornal El País já havia antecipado na segunda-feira que González dificilmente enfrentaria um parecer negativo do governo venezuelano às suas solicitações. Ele vinha se portando como um “conciliador” e de forma “contida a todo momento”, reportou a publicação espanhola.

Continua após a publicidade

Gutiérrez esclareceu que González não descarta retornar à Venezuela se o governo bolivariano voltar atrás em suas decisões. “Ele não quer confrontar o governo, não quer infringir a lei”, afirmou o advogado. Antes de ir embora, o ex-premiê se encontrou com o fundador do diário Tal Cual, Teodoro Petkoff, de 83 anos. González havia recebido em abril, na capital espanhola Madri, um prêmio jornalístico em nome de Petkoff. A reunião serviu para que o político entregasse a estatueta ao comunicador que, nos últimos anos, tem sido uma das principais vítimas da perseguição chavista. Ele está proibido de deixar a Venezuela por ter noticiado a suspeita de envolvimento do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, com o tráfico de drogas.

Presos políticos – Os opositores Leopoldo López e Daniel Ceballos estão sob custódia das autoridades venezuelanas desde os protestos populares que reuniram milhares de descontentes com o governo de Maduro, no ano passado. Ambos estão em greve de fome para cobrar das autoridades uma data fixa para as eleições parlamentares do país e para exigir a presença de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia durante o pleito. Eles também pedem a libertação dos opositores considerados “presos políticos” e o fim da “censura” e da “repressão” promovidas por Maduro. Já Antonio Ledezma encontra-se em prisão domiciliar enquanto se recupera de uma cirurgia feita em abril.

(Da redação)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

O Brasil está mudando. O tempo todo.

Acompanhe por VEJA.

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.