Presidente sul-coreana decide acabar com Guarda Costeira
Decisão de Park Geun-hye é resposta ao fracasso das operações de resgate após naufrágio do navio Sewol, que matou mais de 300 passageiros há um mês
Por Da Redação
19 Maio 2014, 01h16
Park Geun-hye, presidente da Coreia do Sul, chora durante pronunciamento na TV ao lembrar de vítimas do naufrágio da embarcação Sewol (Reuters/VEJA)
Continua após publicidade
Em uma surpreendente reação à tragédia com a embarcação Sewol, cujo naufrágio no mês passado deixou 286 mortos e 18 pessoas ainda desaparecidas, a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, anunciou nesta segunda-feira a dissolução da Guarda Costeira do país e assumiu a responsabilidade pelo acidente, pedindo desculpas publicamente em um pronunciamento na televisão durante o qual ela chegou a chorar quando lembrava das vítimas.
“Como presidente, que deve ser responsável pela vida e segurança do povo, estou sinceramente pedindo desculpas às pessoas por terem sofrido essa dor”, disse a líder sul-coreana. Apesar de ter julgado a operação de resgate um fracasso e afirmado que a Guarda Costeira não cumpriu com suas obrigações, a presidente afirmou: “A responsabilidade final por não ser capaz de responder apropriadamente recai sobre mim”.
A decisão de acabar com a Guarda Costeira, tomada segundo Park após “sérias considerações”, tem como pano de fundo a tentativa de eliminar focos de corrupção e conluio entre agentes da corporação e empresas marítimas, o que muitos cidadãos acreditam ter ocasionado o naufrágio do ferry no mês passado. Desde então a Guarda Costeira passou a ser o principal alvo das críticas públicas, sob a alegação de uma fraca coordenação e um lento trabalho de procura e resgate durante as etapas iniciais do acidente.
Continua após a publicidade
No primeiro pronunciamento televisionado à nação desde 16 de abril, quando a embarcação afundou, a presidente chamou atenção para amplas práticas anormais que levaram à tragédia, Park avaliou a operação de resgate como um fracasso e disse que irá pressionar por uma legislação para transferir as responsabilidades da Guarda Costeira para a Agência de Políticas Nacionais e uma nova agência do governo, que planeja criar com a função de cuidar de operações de resgate no mar.
Essa nova agência também acumularia a responsabilidade pelo controle do tráfego marinho, que atualmente é feito pelo Ministério do Oceano, e seria a responsável pela proteção e segurança, que atualmente é feita pelo Ministério da Segurança e da Administração Pública. Para isso, a presidente precisa de aprovação parlamentar. O trabalho de investigação de crimes envolvendo embarcações será transferido à polícia.
A presidente também anunciou a intenção de criar uma legislação separada para eliminar falhas regulatórias que, aparentemente, permitiram o Sewol navegar com muito mais peso do que poderia transportar de modo seguro. Por causa do naufrágio, quatro membros da tripulação, incluindo o capitão, foram acusados de homicídio. Apenas 172 passageiros sobreviveram.
Continua após a publicidade
1/39 Parentes choram em frente ao memorial de vítimas do naufrágio do Sewol, na Coréia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
2/39 Centenas de pessoas deixaram bilhetes e homenagens no memorial das vítimas do naufrágio do navio Sewol, na Coréia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
3/39 Bandeira exposta em memorial homenageia as vítimas do naufrágio da embarcação Sewol no último dia 16, na Coréia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
4/39 Barcos da Guarda Costeira e equipes de busca realizam operações de resgate na região do náufrago da embarcação Sewol, na Coréia do Sul (Nicolas Asfouri/AFP/VEJA)
5/39 Na Coréia do Sul, parentes das vítimas do naufrágio do navio Sewol se abraçam. O acidente deixou mais de 170 mortos (Nicolas Asfouri/AFP/VEJA)
6/39 Mergulhadores realizam operações de resgate na área onde o navio Sewol naufragou na região de Jindo, Coréia do Sul (Yonhap/Reuters/VEJA)
7/39 Mulher atende uma vigília à luz de velas em Ansan, para homenagear as vítimas da balsa de passageiros que naufragou na Coreia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
8/39 Um parente de uma vítima da balsa que naufragou na Coréia do Sul reza junto ao mar no porto de Jindo (Nicolas Asfouri/AFP/VEJA)
9/39 Mulher chora enquanto reza durante uma vigília à luz de velas em Ansan, para homenagear as vítimas da balsa de passageiros que naufragou na Coreia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
10/39 Equipes de resgate operam na região onde uma balsa de passageiros naufragou em Jindo, na Coreia do Sul (Issei Kato/Reuters/VEJA)
11/39 Lee Joon-Seok, capitão da balsa sul-coreana "Sewol", que afundou no litoral do país, é apresentado na delegacia da cidade de Mokpo (Yonhap/AP/VEJA)
12/39 Lee Joon-Seok, capitão da balsa sul-coreana "Sewol", que afundou no litoral do país, é apresentado na delegacia da cidade de Mokpo (Yonhap/AP/VEJA)
13/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Yonhap/AP/VEJA)
14/39 Mar é contaminado com derramamento de óleo no local do naufrágio da balsa Sewol, a 20 km da costa da Coreia do Sul (Yonhap/Reuters/VEJA)
15/39 Os familiares dos passageiros desaparecidos do barco sul-coreano "Sewol", que afundou no mar, aguardam em uma academia em Jindo (Lee Jin-man/AP/VEJA)
16/39 Familiares dos passageiros desaparecidos da balsa sul-coreana Sewol rezam em Jindo, na Coreia do Sul (Park Dong-ju/Yonhap/Reuters/VEJA)
17/39 Equipes de resgate instalam boias marcando o local onde a balsa Sewol naufragou, na costa de Jindo, sul da Coreia do Sul (Yonhap/AP/VEJA)
18/39 Os familiares dos passageiros desaparecidos do barco sul-coreano "Sewol", que afundou no mar, aguardam em uma academia em Jindo (Ahn Young-joon/AP/VEJA)
19/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Park Jung-ho/Reuters/VEJA)
20/39 Monge budista reza pelos passageiros desaparecidos que estavam na balsa sul-coreana Sewol (Issei Kato/Reuters/VEJA)
21/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Jeon Heon-Kyun/EFE/VEJA)
22/39 Familiares dos passageiros desaparecidos da balsa sul-coreana Sewol rezam em Jindo, na Coreia do Sul (Park Jung-ho/Reuters/VEJA)
23/39 Estudantes Danwon High School seguram cartazes com mensagens para seus amigos que estão desaparecidos, após o desastre da balsa que naufragou com 475 passageiros em Jindo, na Coreia do Sul (Yonhap/Reuters/VEJA)
24/39 Lee Joon-Seok, capitão da balsa sul-coreana "Sewol", que afundou no litoral do país, é apresentado na delegacia da cidade de Mokpo, nesta quinta-feira (17) (Yonhap/Reuters/VEJA)
25/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
26/39 Familiares de passageiros aguardam notícias após naufrágio de uma balsa com 475 na Coreia do Sul, nesta quarta-feira (16) (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
27/39 Familiares de passageiros aguardam notícias após naufrágio de uma balsa com 475 na Coreia do Sul, nesta quarta-feira (16) (Jung Yeon-JE/AFP/VEJA)
28/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (West Regional Headquarters Korea Coast Guard/News1/Reuters/VEJA)
29/39 Familiares aguardam informações dos passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Jung Yeon-Je/AFP/VEJA)
30/39 Familiares aguardam informações dos passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (Ahn Young-joon/AP/VEJA)
31/39 Menina é resgatada do navio Sewol que transportava cerca de 470 pessoas e naufragou na Coreia do Sul (Hyung Min-woo/Yonhap/Reuters/VEJA)
32/39 Mãe de um dos passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul se emociona ao encontrar o nome do filho na lista de sobreviventes (Kim Hong-Ji/Reuters/VEJA)
33/39 Navio que transportava cerca de 470 pessoas naufraga na Coreia do Sul (Dong-A-Ilbo/AFP/VEJA)
34/39 Navio que transportava cerca de 470 pessoas naufraga na Coreia do Sul (Korea Coast Guard/Yonhap/Reuters/VEJA)
35/39 Navio que transportava cerca de 470 pessoas naufraga na Coreia do Sul (Korea Coast Guard/Yonhap/Reuters/VEJA)
36/39 Equipes de resgate buscam passageiros do navio que naufragou próximo a Jindo, na Coreia do Sul (South Korea Coast Guard/AFP/VEJA)
37/39 Barco de resgate se aproxima de navio que naufragou (South Korea Coast Guard/AFP/VEJA)
38/39 Horas após início do naufrágio, embarcação estava quase completamente submersa (South Korea Coast Guard/AFP/VEJA)
39/39 Navio de passageiros afunda na costa da Coreia do Sul (Yonhap/Reuters/VEJA)
Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de R$ 2,00/semana*
ou
Impressa + Digital
Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
a partir de R$ 39,90/mês
*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.
PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis CLIQUE AQUI.