Papa Francisco prega contra a “deusa da corrupção”
O pontífice pediu mais uma vez para os cristãos se unirem contra os crimes desta natureza, que, segundo ele, acabam tirando toda a dignidade do homem
Por Da Redação
8 nov 2013, 11h47
O papa Francisco fez um duro sermão nesta sexta-feira, durante a missa diária que celebra nos aposentos da Casa de Santa Marta, no Vaticano. Em sua homilia, pediu para os cristãos que se unam contra a “deusa da corrupção”. Segundo Francisco, o homem deve se empenhar em conseguir um trabalho honesto, pois aquele que sustenta sua família com o dinheiro obtido através de meios ilícitos está perdendo a sua dignidade.
“Talvez hoje façamos bem em orar por muitas crianças e jovens que recebem de seus pais o pão sujo: estes também têm fome, têm fome de dignidade. Vamos rezar para que Deus mude os corações dessas pessoas que creem na deusa da corrupção”, disse o papa. O “pão sujo” abordado por Francisco faz referência aos bens adquiridos com os ganhos provenientes de subornos e da corrupção. “Deus nos mandou trazer o pão para casa com o nosso trabalho honesto. Mas esses homens alimentaram as crianças com o pão sujo. E seus filhos, talvez educados em colégios caros, talvez formados nos círculos da cultura, receberam de seu pai uma refeição suja. Ele já tinha perdido sua dignidade”, acrescentou Francisco, segundo o jornal Corriere della Sera.
O papa também alertou que qualquer ato ilícito tem consequências, comparando os efeitos da corrupção ao vício em substâncias tóxicas. “Começamos talvez com um pequeno ato, mas isto acaba se tornando igual à dependência em drogas. O hábito em receber subornos se torna um vício”, afirmou. No final da homilia, o pontífice expressou sua pena por “essa pobre gente que perdeu a dignidade na prática de subornos e só traz consigo, não só o dinheiro que ganharam, mas também a falta de dignidade”, pedindo aos fiéis para rezar por eles.
Histórico – A luta contra a corrupção foi uma das principais bandeiras levantadas por Francisco desde a sua escolha para substituir o antecessor Bento XIV, que renunciou ao pontificado. O papa chegou a organizar uma reunião com um seleto grupo de cardeais para discutir a elaboração de uma nova constituição para a Cúria Romana, que no período de João Paulo II e Bento XVI, à revelia deles, virou um templo de denúncias de pedofilia acobertadas, roubalheira, corrupção e chantagem envolvendo prelados que sequestravam o poder decisório do Vaticano mediante extorsão de dinheiro.
Recentemente, Francisco aplicou uma punição exemplar ao suspender o alemão Franz-Peter Tebartz-van Elst, conhecido como “bispo do luxo”, por tempo indeterminado de sua diocese. Tebartz-van Elst gastou cerca de 31 milhões de euros (mais de 90 milhões de reais) em uma residência oficial em Limburgo, no oeste da Alemanha. A moradia episcopal foi inicialmente orçada em 5,5 milhões de euros (16,4 milhões de reais). Após a decisão do pontífice, a Igreja Católica da Alemanha passou a cogitar a possibilidade de transformar a mansão do “bispo do luxo” em local de acolhimento e alimentação para pobres ou em um centro de refugiados.
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(Com agência EFE)
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