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Panama Papers: David Cameron admite que teve ações de um fundo offshore

O primeiro-ministro britânico disse ter recebido 31.500 libras (cerca de 163.500 reais) pela venda dos títulos

Por Da Redação
7 abr 2016, 18h32

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, admitiu nesta quinta-feira que possuiu ações em um fundo de investimento offshore criado por seu pai, Ian Cameron, e que recebeu 31.500 libras (cerca de 163.500 reais) pela venda dos títulos.

A princípio, Cameron recusou-se a fazer comentários sobre a presença de seu pai nos documentos revelados pelo escândalo que ficou conhecido como Panama Papers e, na terça-feira, negou que tivesse ações de empresas em paraísos fiscais e alegou que não há “governo ou primeiro-ministro que tenha feito mais para garantir o fim da evasão fiscal” do que ele próprio. Nesta quinta, porém, o chefe do governo britânico reconheceu que foi titular, junto com sua esposa, Samantha, de 5.000 títulos da Blairmore Investment Trust, uma empresa registrada nas Bahamas, entre 1997 e janeiro de 2010, quatro meses antes de tomar posse como primeiro-ministro.

Cameron afirmou em entrevista à emissora ITV que não tem “nada a esconder”, depois que os vazamentos de mais de 11 milhões de documentos da empresa panamenha de advocacia e gestão de patrimônios Mossack Fonseca revelaram os negócios em paraísos fiscais de seu pai, falecido em 2010.

O primeiro-ministro, que admitiu ter passado “dias difíceis” desde que os dados sobre o fundo offshore tornaram-se públicos, garantiu que as transações estiveram “sempre submissas a todos os impostos do Reino Unido”.

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Cameron sofreu pressões da oposição desde que os veículos de imprensa informaram que Ian Cameron fundou em 1980 o fundo Blairmore e negou em diversas ocasiões estar em posse de qualquer ativo em paraísos fiscais.

Downing Street, residência e escritório oficial do governo britânico, classificou em um primeiro momento a informação sobre o pai do premiê como um “assunto privado”, mas hoje divulgou detalhes sobre as finanças pessoais de Cameron.

Segundo o porta-voz do primeiro-ministro, Cameron e sua esposa adquiriram as ações por 12.497 libras e as venderam por 31.500 libras dezessete anos depois.

“Não posso suportar ver seu nome arrastado pela lama”, declarou o primeiro-ministro, para quem as críticas sobre seus negócios familiares estão baseadas na “ideia errônea” de que o fundo Blairmore Investment foi criado “com a ideia de sonegar impostos”. “Não era um fundo familiar. Não era para beneficiar uma família em particular. Qualquer um poderia ter comprado ações. E, o mais importante, se fosse um cidadão britânico e comprasse ações, então pagaria impostos sobre os dividendos”, afirmou.

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Pelo Partido Trabalhista, o deputado John Mann acusou Cameron de ter sido pouco “honesto” e ressaltou que o premiê “deve renunciar imediatamente”. “Cameron teve seis anos para ser honesto com o parlamento e as pessoas. Falhou. Saia agora, hipócrita”, tuitou Mann.

Segundo o jornal The Guardian, os documentos da Mossack Fonseca revelam que a Blairmore Holdings, que recebeu seu nome de uma proporiedade rural da família Cameron em Aberdeenshire, na Escócia, administrou dezenas de milhões de libras em investimentos de famílias ricas. A sede da companhia foi transferida à Irlanda em 2012, dois anos depois que Cameron tornou-se chefe do governo.

O primeiro-ministro disse hoje que está “satisfeito por responder perguntas” sobre esses negócios e defendeu a necessidade de reforçar as leis fiscais. “Vou continuar lutando com força para assegurar que tenhamos maior transparência e melhores normas que impeçam a evasão fiscal”, afirmou.

(Com EFE)

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