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Opositores dizem ser absurda alegação de motivação religiosa para assassinato de Nemtsov

Os opositores acreditam que as autoridades querem desviar o foco das investigações e da opinião pública para poupar os verdadeiros autores intelectuais do crime

Por Da Redação
9 mar 2015, 10h53

Um amigo de Boris Nemtsov, o oposicionista russo morto a tiros em fevereiro perto da Praça Vermelha, em Moscou, disse que as sugestões de que ele foi morto por militantes islâmicos são absurdas e convenientes para o governo da Rússia, porque desvia as investigações das acusações de que autoridades estejam envolvidas. As especulações sobre uma ligação islâmica foram reforçadas depois que investigadores acusaram um homem da região muçulmana da Chechênia pelo assassinato e, segundo as autoridades russas, ele confessou ter planejado a assassinato com outros chechenos.

Essa linha de investigação vem sendo recebida com ceticismo pelas pessoas ligadas a Nemtsov. Elas acreditam que o governo está determinado a tirar proveito da investigação e não acham que fanáticos agindo isoladamente poderiam ter matado alguém tão perto do Kremlin. “Nossos piores temores estão se tornando realidade”, disse Ilya Yashin, um dos líderes do pequeno partido de oposição liberal de Nemtsov, numa mensagem no Twitter na noite de domingo. “O homem que apertou o gatilho será responsabilizado, enquanto os que realmente ordenaram o assassinato de Nemtsov vão ficar livres”.

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“A teoria absurda dos investigadores sobre motivos islâmicos na matança de Nemtsov interessa ao Kremlin e tira Putin da linha de fogo”, acrescentou Yashin nesta segunda-feira, referindo-se ao presidente russo, Vladimir Putin. Nemtsov, de 55 anos, era um ex-vice-primeiro ministro que se tornou crítico do Kremlin. Ele levou quatro tiros nas costas enquanto ia a pé para casa, perto da Praça Vermelha, em 27 de fevereiro. Foi a figura mais expressiva da oposição a ser assassinada nos 15 anos de Putin no poder.

Nemtsov não era popular na Rússia, a não ser na pequena elite intelectual urbana. Mas seus defensores dizem que ele era uma ameaça para o Kremlin, porque estava determinado a expor a corrupção no governo e tinha muitos contatos influentes. Dias antes de ser morto ele estava trabalhando em um relatório que, segundo assessores, afirmaria que a Rússia envia tropas regulares para lutar no leste da Ucrânia. O governo russo nega qualquer envolvimento direto no conflito.

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Os promotores acusaram dois homens, Zaur Dadayev e Anzor Gubashev, de envolvimento no assassinato de Nemtsov, e apontaram três outros como suspeitos. Autoridades dizem que Dadayev, que foi um comandante de batalhão de uma unidade da polícia chechena, admitiu envolvimento. Ramzan Kadyrov, líder checheno leal a Putin, declarou que conhecia Dadayev e o descreveu como um verdadeiro patriota. “Tudo o que sei é que Zaur Dadayev é profundamente religioso e também que ele, como todos os muçulmanos, ficou chocado com as atividades da Charlie Hebdo e com os comentários de Nemtsov em apoio à publicação dos desenhos de Maomé”, escreveu Kadyrov em sua conta no Instagram.

(Com agência Reuters)

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