Mais de 90 imigrantes ilegais morrem em naufrágio na Itália
Embarcação com crianças vinha da Somália e virou perto da Ilha de Lampedusa
Pelo menos 94 imigrantes ilegais provenientes da África, incluindo uma mulher grávida e duas crianças, morreram nesta quinta-feira após o naufrágio da embarcação em que viajavam na costa italiana. Eles tentavam chegar à Ilha de Lampedusa, no sul da Itália, informou a Guarda Litorânea do país. A operação de resgate, que segue em andamento, conseguiu salvar 151 pessoas. Segundo as autoridades, o número de mortos ainda pode aumentar. Acredita-se que 500 pessoas estivessem a bordo, provenientes de Somália, Eritreia e Gana.
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De acordo com a primeira reconstituição do acidente, a embarcação vinha da Somália e virou em frente à pequena Ilha de Conigli, que pertence a Lampedusa, distante 220 quilômetros da Sicília. O barco, que trazia centenas de imigrantes, também teria pegado fogo.
Antonio Candela, comissário extraordinário da Agência de Saúde de Palermo, na Sicília, que coordena as operações de assistência aos imigrantes resgatados, explicou que entre as pessoas em terra firme já estão trinta crianças, algumas com poucos meses, e duas mulheres grávidas. Participam das operações de resgate a Guarda Litorânea italiana e a polícia de fronteiras do país.
Nova tragédia – O naufrágio desta quinta é uma nova tragédia envolvendo a imigração ilegal na Itália nas últimas semanas. Na segunda-feira, treze imigrantes ilegais morreram após terem sido obrigados pelos traficantes de pessoas que os transportavam a saltar da embarcação na qual viajavam, mesmo sem saber nadar e com o mar agitado.
No total, cerca de 200 pessoas foram obrigadas a se jogar no mar, a poucos metros da praia do Pisciotto, na província de Ragusa, localizada na Sicília. Além disso, no dia 10 de agosto, outros seis imigrantes ilegais, entre eles um menor de idade, morreram ao tentar alcançar o litoral siciliano a nado, depois que o barco pesqueiro no qual viajavam com vários imigrantes da Síria e do Egito encalhou.
Reação – Após o naufrágio, o comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), António Guterres, expressou sua consternação pela tragédia. “Felicito pela rápida ação tomada pela guarda litorânea italiana para salvar vidas. Ao mesmo tempo, estou consternado pelo fenômeno mundial crescente de emigrantes e pessoas que fogem de conflitos ou perseguições e que morrem no mar”, declarou Guterres em comunicado.
O papa Francisco também afirmou nesta quinta-feira que a morte dos refugiados é uma “vergonha”. “Só me vem a palavra vergonha, é uma vergonha” disse o papa, ao término de um discurso. “Rezemos junto a Deus pelos que perderam a vida, homens, mulheres, crianças, pelos familiares e por todos os imigrantes. Unamos nossos esforços para que não se repitam tragédias similares. Só uma efetiva colaboração de todos pode ajudar a preveni-las”, disse aos presentes.
(Com agência EFE)