A França restringirá nesta terça-feira a circulação dos carros em Paris à metade, de acordo com o número da placa, se o pico de poluição registrado desde ontem persistir, informou a ministra de Ecologia, Ségolène Royal. A ministra fez o anúncio da China, onde acompanha o presidente, François Hollande, em uma visita oficial que tem como principal objetivo preparar a cúpula do clima (COP21) que Paris sediará daqui a um mês.
O governo atendeu ao pedido feito no domingo pela prefeita da capital, Anne Hidalgo, e pelo presidente da região, Jean-Paul Huchon, ambos socialistas como a ministra. Anne, que no passado se desentendeu com a ministra da Ecologia por sua recusa em restringir a entrada de carros em Paris, pediu no domingo “medidas imediatas”, após ter sido registrado um pico de poluição em um dia ensolarado e com temperaturas altas para a estação.
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Além da restrição da metade dos veículos, a prefeita pediu o fechamento das estradas da capital aos caminhões e a redução da velocidade máxima. A administração também orientou que grávidas, crianças, idosos e asmáticos evitem a atividade física e deslocamentos ao ar livre, e pediu solicitou aos motoristas que utilizem na medida do possível os meios de transporte públicos, alé de decretar a gratuidade dos estacionamentos nas áreas pagas.
A capital francesa amanheceu nesta segunda-feira com o céu encoberto e chuva leve, o que, segundo os especialistas, pode limpar a atmosfera e reduzir os níveis de poluição. Em comunicado conjunto com o presidente da região, a prefeita disse que, para hoje, é esperado que as partículas “PM10”, procedentes principalmente de calefações e motores, superem o “nível de informação e recomendação”, ou seja, os 50 microgramas em suspensão por metros cúbicos.
O governo já havia restringido o tráfego de veículos em Paris em março, proibindo a circulação de veículo com placas de final par por causa de outro pico de poluição. A medida foi adotada após outra queda de braço entre Anne Hidalgo e Ségolène Royal, que naquele momento se comprometeu a aplicar as limitações de circulação mais automaticamente nos casos de elevada poluição atmosférica. A ministra de Ecologia reconheceu, porém, que o mecanismo não funcionou de forma adequada e assinalou que “está em avaliação”.
(Com EFE)