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Ex-ditador argentino é condenado por assassinato

Esta já é a quarta condenação de Reynaldo Bignone, que comandou o país entre 1982 e 1983. Outros ex-políticos e ex-militares também foram condenados

Por Da Redação
8 out 2014, 08h58

Um tribunal da Argentina condenou nesta terça-feira a 23 anos de prisão o ex-ditador Reynaldo Bignone por crimes contra a humanidade e assasinatos cometidos durante a ditadura militar. Segundo a corte, Bignone é responsável pela morte de operários da periferia norte de Buenos Aires. Ao dar seu veredicto no chamado ‘julgamento dos operários’, o Tribunal Federal 1 da província de Buenos Aires condenou também outros três ex-miltiares, um ex-agente da guarda-costeira e um ex-policial, e absolveu três ex-prefeitos.

Esta é a quarta condenação de Bignone, de 86 anos, que comandou a argentina entre 1982 e 1983, sem ter sido democraticamente eleito. Além dele, o ex-general Santiago Omar Riveros foi condenado à prisão perpétua, enquanto os também ex-militares Luis Sadi Pepa e Eugenio Guañabens Perelló foram sentenciados a 17 e 16 anos de reclusão, respectivamente. O tribunal sentenciou a nove anos de prisão o ex-chefe policial Juan Demetrio Luna e o ex-agente guarda-costeira Juan Carlos Gerardi, mas absolveu os outros três ex-prefeitos acusados, Roberto Julio Rossin, Héctor Omar Maldonado e Alejandro Portas.

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Antes da leitura do veredicto, o tribunal deu aos acusados a possibilidade de fazer considerações finais, direito do qual só fizeram uso os quatro ex-prefeitos. Gerardi afirmou que só cumpria tarefas de inteligência dentro da “luta contra a subversão” e pediu desculpas às famílias dos desaparecidos, enquanto Rossin afirmou que só “obedecia ordens”. Maldonado disse que jamais torturou alguém e que, apesar de saber que seria detido, se apresentou à Justiça, enquanto Portas também alegou que apenas cumpria ordens.

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No processo, iniciado em julho, foram julgados crimes contra 60 vítimas, trabalhadores dos estaleiros Astarsa e Mestrina, das fábricas de cerâmicas Lozadur e Cattáneo e da metalúrgica Bopavi, na periferia norte de Buenos Aires. As vítimas eram em sua maioria delegados sindicais, 28 deles sequestrados e torturados, e outros 32 desaparecidos durante o governo de Bignone. Segundo o advogado Ciro Annicchiarico, da Secretaria de Direitos Humanos da Argentina, as vítimas “eram trabalhadores, a maioria delegados sem militância política partidária, muito menos em uma organização armada, que foram perseguidos por sua condição de militantes associados”.

Fora desta causa ficaram os sequestros de trabalhadores da fábrica de automóveis da Ford, caso pelo qual são acusados, entre outras pessoas, três ex-diretores da companhia. Durante o julgamento que se encerrou ontem, tanto a promotoria como os advogados solicitaram que, além de julgar os ex-militares e ex-prefeitos, fosse averiguada a responsabilidade empresarial nos crimes contra a humanidade nas fábricas.

Bignone já tinha sido condenado à prisão perpétua pelo sequestro e homicídio do militante peronista Gastón Goncálvez, e o sequestro do ex-deputado Diego Muñiz Barreto, que morreu em um acidente forjado. Além disso, ele foi sentenciado a 25 anos de prisão por diversos sequestros entre 1976 e 1978, quando trabalhava no Campo de Maio, e recebeu outra pena de 25 anos pelo roubo de bebês nascidos quando suas mães estavam prisioneiras em centros clandestinos de detenção.

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(Com agências EFE e France-Presse)

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