Empate técnico em eleição regional aquece clima eleitoral na Argentina
Com mais de 95% dos votos apurados, três candidatos estão tecnicamente empatados e todos podem se eleger governador de Santa Fé, a terceira maior província do país
Um raro empate técnico registrado nesta terça-feira entre as três principais forças políticas da Argentina nas eleições para governador na província de Santa Fé aumenta a incerteza e aquece o clima político antes do início da campanha para presidente. Em uma região que concentra 2,5 milhões de eleitores, pouco mais de 2.100 votos separam o virtual vencedor da eleição deste domingo, Miguel Lifschitz (da Frente Progressista Cívico e Social, que atualmente governa a província), de seu principal rival, o humorista Miguel del Sel, aspirante do conservador Proposta Republicana.
Santa Fé, localizada no centro do país, é a terceira maior província da Argentina e, com 95,45% das urnas apuradas, a diferença de votos entre os dois principais candidatos ao governo é de apenas 0,11%. Até mesmo o terceiro aspirante na corrida, o kirchnerista Omar Perotti, mantém intactas suas esperanças de melhorar o resultado por situar-se a apenas 1,44 ponto de Lifschitz. Até o momento, segundo o jornal La Nación, nenhum candidato reivindicou a vitória ou assumiu a derrota, até porque todos ainda têm chances.
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As pesquisas apontavam Del Sel e Lifschitz como os líderes das intenções de voto, com Perotti um pouco atrás dos dois. Nesta terça, todos os candidatos pediam cautela até que se realize a apuração definitiva, que começará amanhã e pode demorar mais de uma semana. “Somos cautelosos, vamos esperar o resultado definitivo”, disse Lifschitz. O socialista afirmou que, segundo a projeção de seu partido, a apuração definitiva ampliará ligeiramente sua vantagem, mas é necessário “abrir as urnas e contar os votos” para acabar com qualquer “suspeita” que possa turvar o processo.
No entanto, o conservador Del Sel também se mostrou confiante que a apuração final lhe dará a vitória e pediu que se contem os votos “um a um”. O mesmo pedido foi feito por Perotti, que destacou que “se alguém vai ter de governar com apenas 30% dos votos” deve ter pelo menos “a legitimidade de que cada santafesino não tenha dúvida de que foi o ganhador”.
No último domingo também foram realizadas as eleições para o governo da província sulina de Río Negro, onde o atual governador, Alberto Weretilneck, venceu sem dificuldades o senador Miguel Ángel Pichetto, do partido kirchnerista Frente para a Vitória. Os pleitos provinciais são encarados como um teste para medir o clima político da Argentina, que em 2015 vivencia um longo calendário eleitoral que terminará com as presidenciais para escolher o sucessor de Cristina Kirchner, em 25 de outubro.
(Da redação)