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Caso Nisman: laudo oficial defende a tese de suicídio

Documento afirma que a presença de uma segunda pessoa no banheiro em que o procurador-geral foi achado morto é “cientificamente inadmissível”

Por Da Redação
12 jun 2015, 21h35

Os policiais federais que periciaram a cena da morte do procurador-geral argentino Alberto Nisman divulgaram nesta sexta-feira um documento de 97 páginas que defende a tese de suicídio. As autoridades disseram que a presença de uma segunda pessoa no banheiro em que foi encontrado o corpo do promotor é “cientificamente inadmissível”. A declaração tem como objetivo rechaçar a hipótese de que Nisman tenha sido assassinado. O resultado foi respaldado por cinco votos a um entre os peritos da junta criminalística encarregada do caso, informou o jornal La Nación.

O laudo estabelece que Nisman estava de frente para o espelho quando disparou contra a própria cabeça. Os peritos acusam agentes externos de elaborar hipóteses com “falso rigor científico”, uma vez que não foram encontradas pegadas, impressões ou qualquer outro vestígio que pudesse indicar a presença de uma segunda pessoa no apartamento do procurador-geral. Para as autoridades, as manchas encontradas no banheiro, no corpo e na roupa de Nisman foram provocadas pela queda do corpo após o disparo fatal. Quanto ao fato de a pistola ter sido encontrada do lado esquerdo do promotor, os peritos disseram que ela foi derrubada para trás após o suicídio ou ricocheteou em alguma superfície.

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De acordo com o jornal La Nación, o perito Daniel Salcedo assinou o documento sem estar de acordo com o resultado apresentado pelos demais investigadores. Ele já havia apresentado uma conclusão paralela que inclui duras críticas ao modo como foram coletadas as provas durante a perícia oficial. Salcedo levantou a hipótese de Nisman ter sido assassinado de joelhos e fora do banheiro. O corpo, segundo ele, teria sido arrastado para que a polícia acreditasse em um suicídio.

Outras controvérsias – A investigação da morte de Nisman ganhou novos capítulos após um programa de televisão mostrar, no último domingo, um vídeo oficial da polícia em que é possível ver as autoridades argentinas adulterando a cena do crime.

Sobre a suspeita de que o notebook pessoal de Nisman tenha registrado 60 conexões externas, através de portas USB, horas após sua morte, a perífica oficial aponta que as conexões tenham sido fruto de uma falha no sistema operacional do computador. O celular smartphone do promotor também tinha um vírus do tipo “cavalo de Troia”. Através do programa malicioso, mensagens de texto, conversas do aplicativo WhatsApp e chamadas telefônicas foram apagadas.

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Histórico – Nisman foi encontrado morto com um tiro na cabeça apenas quatro dias depois de denunciar que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, encobriu a participação de iranianos no ataque à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994. Ele investigou o atentado que matou mais de 80 pessoas por dez anos. Recentemente, a Justiça argentina arquivou a denúncia de Nisman contra a presidente por “inexistência de crime”.

Em março, reportagem de VEJA revelou que três ex-integrantes da cúpula de Hugo Chávez confirmam a conspiração denunciada por Nisman. Segundo eles, hoje exilados nos Estados Unidos, o Irã mandou dinheiro por intermédio da Venezuela para a campanha de Cristina Kirchner em troca de segredos nucleares e impunidade no caso Amia.

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