EI destrói dois templos da cidade histórica de Palmira
Demolição de santuários, que não integram o principal conjunto de ruínas do Império Romano datado de 2.000 anos atrás, é o primeiro relato de ataque ao sítio arqueológico
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) divulgou nesta terça-feira imagens da destruição de dois templos localizados na cidade histórica de Palmira, na Síria. A demolição dos santuários, que não integram o principal conjunto de ruínas do Império Romano datado de 2.000 anos atrás, é o primeiro relato de ataque a prédios arqueológicos na cidade. O EI conquistou Palmira em maio, mas havia garantido que não bombardearia suas famosas colunas e antigas construções. Acredita-se que os jihadistas passaram a acampar no sítio arqueológico desde que o Exército da Síria iniciou ataques aéreos contra as posições dos extremistas na região.
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O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo sediado em Londres que monitora o conflito, informou nesta semana que os terroristas haviam plantado explosivos por todo o sítio arqueológico de Palmira. Fotos divulgadas nesta terça-feira retratam o antes e depois dos templos destruídos pelos radicais. As imagens mostram os jihadistas carregando os artefatos, o momento exato das explosões e os escombros aos quais foram reduzidos os santuários após a destruição.
O chefe de antiguidades do governo sírio, Abdul Maamoun Abdulkarim, lamentou mais um ato de barbaridade do EI. “Por todas as áreas que eles passam, os extremistas destroem tumbas, por considerarem que representam um sacrilégio e um retorno ao paganismo”, disse. Os radicais veem as manifestações de culturas pré-islâmicas como uma blasfêmia. Eles já destruíram uma série de antiguidades no Iraque, incluindo a cidade histórica de Nimrod. Palmira, considerada Patrimônio da Humanidade na Unesco desde 1980, foi um importante centro comercial da antiguidade e possui um anfiteatro e diversas construções dos séculos I e II, então sob o domínio do Império Romano.
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Neste domingo, os extremistas do EI recordarão o primeiro aniversário do autoproclamado califado em territórios da Síria e Iraque. Analistas preveem que a organização terrorista intensificará a brutalidade de suas ações e explorará ao máximo esta data para recrutar novos radicais para suas fileiras. “Há um crescente esforço para parecer mais relevante do que nunca, mais forte do que nunca e mais desafiador do que nunca diante da oposição internacional”, declarou Charlie Winter, um pesquisador de contraterrorismo no instituto Quilliam Foundation, ao jornal The Independent.
(Com agência Reuters)