Egito anistia e liberta jornalistas da rede Al Jazeera
Mohammed Fahmy e Baher Mohamed foram presos sob acusação de apoiar a Irmandade Muçulmana e condenados no mês passado a três anos de prisão
O presidente do Egito, Abdel Fattah Sisi, anistiou nesta quarta-feira os jornalistas canadense Mohammed Fahmy e o egípcio Baher Mohamed, presos sob acusação de apoiar a Irmandade Muçulmana, organização do presidente islamita Mohamed Mursi, derrubado em 2013 por um golpe de Estado liderado pela então chefe do Exército Sisi. O caso provocou grande comoção no exterior.
Os dois jornalistas da rede de televisão catariana Al Jazeera foram libertados poucas horas depois do anúncio da anistia.
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Esta decisão ocorre poucas horas antes do embarque do presidente Sisi, muito criticado por ONGs de defesa dos direitos humanos, para Nova York, onde participará da Assembleia Geral da ONU.
Fahmy e Mohamed haviam sido condenados no final de agosto a três anos de prisão, junto ao australiano Peter Greste, por “difundir informações falsas”, trabalhar sem autorização, e apoiar a Irmandade Muçulmana. Fahmy e Mohamed foram detidos depois da publicação do veredicto e Greste foi condenado à revelia depois de ter sido expulso do Egito em fevereiro.
O indulto, que incluiu uma centena de presos, acontece na véspera da Aid al Adha, a grande festa muçulmana do sacrifício.
As condenações dos jornalistas provocaram forte tensão entre o Cairo e Doha e críticas da comunidade internacional, incluindo Washington e ONU.
Em um primeiro julgamento, em junho de 2014, Fahmy e Greste haviam sido condenados a sete anos de prisão e Mohamed a dez anos, mas o Tribunal de Cassação anulou as condenações dos jornalistas, ordenando um novo julgamento. Na abertura do novo julgamento em fevereiro, Mohamed e Fahmy foram colocados em liberdade condicional depois de mais de 400 dias de detenção.
Muitas ONGs criticaram a implacável repressão conduzida pelo regime de Sisi contra toda oposição, em particular a islâmica. Desde a destituição de Mursi, em 3 de julho de 2013, as autoridades lançaram uma campanha de repressão contra seus partidários – matando centenas e prendendo milhares – estendendo à oposição laica e de esquerda.
Entre as outras pessoas indultadas nesta quarta-feira figuram duas mulheres, Yara Sallam e Sanaa Seif, que foram condenadas a dois anos de prisão em 2014 por participar em um protesto contra uma lei que limitava o direito de manifestação.
(Com AFP)