Bélgica encerra operação que evitou ataques terroristas
Vice-premiê disse que a polícia vai analisar os dados coletados antes de tomar outras medidas. Agentes apreenderam fuzis e material para fabricar bombas
As operações antiterroristas desta quinta-feira contra jihadistas em várias localidades da Bélgica foram encerradas, afirmou nesta sexta o vice-primeiro-ministro e titular das Relações Exteriores do país, Didier Reynders. “As operações no terreno terminaram. Analisaremos agora os dados e veremos se a polícia e as autoridades judiciais terão de tomar outras medidas”, disse Reynders. A Promotoria Federal da Bélgica informou wue foram detidas treze pessoas e apreendidas várias armas e explosivos. “Várias células terroristas foram desmanteladas, e o objetivo era matar policiais”, disse Thierry Werts, da Promotoria, durante uma entrevista coletiva em Bruxelas.
Durante a ação policial em Verviers, no leste do país, dois suspeitos de terrorismo que retornaram recentemente da Síria morreram. Um terceiro ficou ferido e foi detido. Em uma segunda operação realizada na noite de quinta-feira em Verviers, na província de Liège, as forças de segurança apreenderam quatro fuzis Kalashnikov, material para fabricar bombas e acharam também uniformes da polícia belga. A procuradoria federal convocou uma entrevista coletiva para as 12h00 do horário local (10h00 de Brasília) para dar mais detalhes da operação e informar os próximos passos.
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Os suspeitos teriam planejado atentados de “grande envergadura” contra policiais e os ataques poderiam acontecer em questão de “horas”, segundo a imprensa local. As delegacias de Bruxelas estão em alerta máximo e proibiram o acesso às ruas próximas. A rede de televisão RTL afirmou que uma delegacia de Bruxelas teve de ser evacuada após receber uma ameaça de bomba, que foi posteriormente constatada como falsa.
Ligações com a Síria – A Bélgica tem realizado várias ações contra suspeitos de terem voltado ao país depois de participarem da guerra civil na Síria. Segundo a rede americana CNN, o grupo enfrentado em Verviers teria ligações com o Estado Islâmico (EI), que instruiu os terroristas a realizarem ataques na Bélgica e em outros países da Europa. A situação na Bélgica aumenta a preocupação sobre a segurança na Europa, uma semana depois dos atentados que deixaram dezessete mortos em Paris. Algumas das armas usadas nos atentados na capital francesa teriam sido compradas em Bruxelas.
A Bélgica é um dos países Europeus com o maior número de cidadãos que se filiaram a grupos jihadistas na Síria. Um tribunal na Antuérpia está julgando 46 pessoas acusadas de arregimentar jovens para o terrorismo. A sentença estava prevista para ser anunciada esta semana, mas foi adiada por um mês depois dos atentados em Paris.
Alemanha – A polícia alemã informou nesta sexta que prendeu duas pessoas durante operação em doze casas e uma mesquita ligadas a radicais islâmicos salafistas. As prisões aconteceram após investigações que ocorreram ao longo de vários meses sobre cinco cidadãos turcos com idades entre 31 e 44 anos, suspeitos de “preparar uma série de atos de violência” e lavagem de dinheiro, disse a polícia.
Um porta-voz policial disse que os suspeitos provavelmente fazem parte de uma célula extremista que tem recrutado combatentes para a Síria. Martin Steltner, da procuradoria pública, disse que as operações não têm relação com os ataques de militantes islâmicos em Paris na semana passada. “Deve ficar muito claro que não há ligação com os ataques em Paris e que não há indicações de que havia ataques planejados na Alemanha”, disse Steltner. Cerca de 250 policiais participaram da operação em Berlim.
(Com agências France-Presse, Reuters e EFE)