Atentado em terminal de ônibus na Nigéria provoca 40 mortes
Cinco militares estão entre as vítimas; área do ataque havia sido tomada pelo Boko Haram no início de novembro
Pelo menos 40 pessoas morreram na noite de quinta-feira na explosão de uma bomba em um terminal de ônibus na cidade de Mubi, no nordeste da Nigéria, uma das regiões mais afetadas pela violência do grupo terrorista Boko Haram.
A explosão também atingiu um posto de controle instalado nas imediações. Segundo o jornal nigeriano The Vanguard, entre os mortos estão cinco militares. “Minha casa está a poucos metros do local. Eu estava do lado de fora do meu edifício e, de repente, escutei um forte explosão que sacudiu tudo”, contou um morador da área, citado pela publicação.
Após esse incidente, as autoridades militares aconselharam os moradores a evitar a área.
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Mubi, a segunda cidade mais importante do Estado de Adamawa, com 200.000 habitantes, havia sido tomada pelo Boko Haram no início de novembro. Os terroristas chegaram rebatizar a cidade como “Madinat-ul Islam” (Cidade do islã). Militares retomaram o local há duas semanas, expulsando os terroristas.
Apesar de nenhum grupo ter assumido a autoria do atentado, todas as suspeitas indicam que o Boko Aram está por trás do ataque. Além de Adamawa, o grupo também costuma cometer atentados nos Estados de Borno e Yobe.
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O grupo que se apoderou de mais de vinte cidades e povoados de Adamawa e dos Estados vizinhos de Yobe e Borno nos últimos meses e afirma ter criado um califado islâmico. Segundo vários habitantes relataram aos jornais locais, o grupo começou a aplicar em algumas localidades os castigos com base em uma interpretação radical da sharia, a lei islâmica, como cortar as mãos de ladrões.
Desde que a polícia matou, em 2009, o então líder e fundador de Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha que se intensificou nos últimos meses. Neste ano, o grupo islamita assassinou cerca de 3.000 pessoas e mais de 12.000 desde 2009, segundo os cálculos do governo nigeriano. O grupo Boko Haram, que significa em línguas locais “a educação não islâmica é pecado”, luta para instituir um califado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.