Ataque do Talibã deixa ao menos catorze mortos
Atentado ocorre em meio a indefinição sobre novo presidente do país
Ao menos catorze cidadãos afegãos, sendo doze funcionários das forças de segurança do país, foram mortos nesta quinta-feira em um ataque do Talibã na cidade de Ghazni, sudeste do país. O atentado tinha como alvo um prédio do Diretório Nacional de Segurança, o serviço de inteligência do país. Mais de 100 pessoas ficaram feridas. Segundo o vice-governador da província de Ghazni, Mohammad Ali Ahmadi, quinze terroristas participaram do atentado. Segundo ele, treze foram mortos e um foi capturado.
O ataque envolveu dois grandes caminhões-bomba, além de atiradores. A ação deu início a uma batalha com policiais e forças de segurança no local. A explosão de um dos caminhões abriu um buraco de dez metros de profundidade no chão, segundo as autoridades. O ataque também destruiu uma livraria da cidade e dois museus, informou o governador.
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No sábado, um ataque semelhante foi realizado contra a sede do serviço de inteligência em Jalalabad, no leste. Um carro-bomba explodiu na entrada do prédio, deixando quatro civis e dois oficiais mortos, além de seis terroristas. Nesta quinta, as forças de coalizão ocidentais no país informaram que um de seus integrantes foi morto em um “ataque de forças inimigas” no leste do país.
Crise política – Os atentados ocorrem em meio a uma crise política no Afeganistão, onde a eleição presidencial realizada em abril continua sem um vencedor oficial. Dois candidatos que concorreram à sucessão de Hamid Karzai retiraram seus observadores da auditoria dos votos. O anúncio final dos resultados é esperado para a próxima semana.
A previsão é que as forças da Otan deixem o país no fim deste ano, mas um pequeno número de tropas internacionais e dos EUA devem continuar no território para prestar assistência aos afegãos. Boa parte da população é favorável à assinatura de um acordo com os EUA para prolongar a presença das tropas, o que o atual presidente se recusa a fazer. Ambos candidatos à Presidência – o ex-ministro de relações exteriores Abdullah Abdullah e o ex-ministro de finanças Ashraf Ghani Ahmadzai – prometerem fechar o acordo.
(Com Estadão Conteúdo)