Terror na Dinamarca: ataque deixa 1 morto e 3 feridos
Em Copenhague, café que prestava tributo ao 'Charlie Hebdo', com presença de cartunista ameaçado de morte por muçulmanos, é alvo de atirador
(Atualizado às 21h49)
Um ataque a um café em Copenhague que promovia um debate sobre fanatismo religioso e liberdade de expressão terminou com um morto e três policiais feridos. O evento prestava uma homenagem às vítimas do atentado contra o semanário satírico Charlie Hebdo e contou com a presença do embaixador francês na Dinamarca, François Zimeray, e do cartunista sueco Lars Vilks, ameaçado de morte por muçulmanos em 2007 por ter retratado o profeta Maomé como um cachorro. Zimeray e Vilks saíram ilesos do ataque deste sábado.
O esquema de segurança do evento estava reforçado por causa da presença de Vilks, que vive sob proteção policial. Mesmo assim, um atirador conseguiu abrir fogo contra dezenas de pessoas. Um homem de 40 anos, cuja identidade não foi revelada, morreu. Ainda não se sabe se o alvo do ataque era o diplomata ou o artista. Há dois anos, uma mulher americana que chamava a si mesma de Jihad Jane foi condenada a dez anos de prisão por tramar a morte do artista. Após os ataques contra o Charlie Hebdo, em Paris, Vilks chegou a declarar que o serviço secreto da Suécia reforçaria ainda mais sua segurança.
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No ataque ao café Krudttoenden, pelo menos 40 disparos foram ouvidos, segundo a rede britânica BBC. “Atiraram contra nós de fora do prédio. Foi a mesma intenção que tiveram no Charlie Hebdo, exceto que não puderam entrar”, disse o diplomata francês. “Os guardas gritaram ‘todo mundo sai’ e nós fomos empurrados para fora da sala”, contou a organizadora do evento, Helle Merete Brix, à Reuters, por telefone. “Eu vi um deles correndo, usando uma máscara. Não havia nenhuma maneira de descrever seu rosto.”
Suspeito – Inicialmente a polícia supôs que se tratava de dois atiradores, mas depois informou que acreditava haver apenas um agressor, que teria usado armas automáticas contra o café. O atirador fugiu rapidamente a bordo de um Volkswagen Polo. Dois quilômetros depois, abandonou o carro e desapareceu. A imagem do suspeito foi registrada por câmeras de segurança: um homem de jaqueta escura, gorro e parte do rosto coberta, carregando uma sacola preta, que pode conter o armamento.
Alerta máximo – Após o tiroteio, a Dinamarca entrou em “alerta máximo”, informou a primeira-ministra do país, Helle Thorning-Schmidt. “A prioridade é prender o agressor”, disse. Segundo ela, a polícia estava com todos os recursos mobilizados para capturar os agressores. “Tudo leva a crer que o tiroteio foi um assassinato político, portanto, um ato de terrorismo”, afirmou. Até agora, porém, ninguém reivindicou a autoria do ataque.
(Com Estadão Conteúdo, EFE, AFP e Reuters)