Ataque contra escola provoca dez mortes na Ucrânia
Explosivos atingiram o parquinho de uma escola e uma minivan em Donetsk, evidenciando a fragilidade do cessar-fogo entre o governo e os rebeldes
Por Da Redação
1 out 2014, 14h01
Ao menos dez pessoas morreram e nove ficaram feridas nesta quarta-feira após explosivos atingirem o parquinho de uma escola e uma minivan na região de Donetsk, ao leste da Ucrânia. As autoridades municipais disseram que não há crianças entre as vítimas, já que os professores conseguiram levar os alunos para um abrigo assim que o bombardeio teve início. Entre os mortos identificados está um professor de biologia, o pai de um aluno e um separatista russo. O ataque ocorreu logo após as crianças de idade entre 8 e 10 anos entrarem na escola para o primeiro dia do novo ano letivo.
A escola atingida está localizada em um distrito de Donetsk a poucos quilômetros do principal aeroporto da região, onde separatistas tentam conter o avanço do Exército ucraniano há alguns dias. Desde o início dos conflitos no país, as autoridades municipais implantaram cursos de longa distância para as crianças permanecerem em casa. A escola atacada tinha capacidade para 400 alunos, mas somente 60 estavam no local. Relatos de testemunhas às agências internacionais informam que após o ataque havia poças de sangue no chão do prédio, vidraças quebradas e mesas viradas. “Foi um pesadelo. O vidro voava por todo lado. As crianças estavam desesperadas e começaram a chorar”, disse um das professoras que lecionavam no local.
As autoridades culparam as forças separatistas pelo ataque, enquanto os rebeldes atribuíram o bombardeio a Kiev. O incidente, no entanto, evidencia o frágil acordo de cessar-fogo firmado entre o governo ucraniano e os rebeldes pró-Rússia que assumiram o controle de cidades do leste do país, após a deposição do presidente Viktor Yanukovich. O pacto foi firmado em 5 de setembro, depois de meses de intenso conflito entre Kiev e os separatistas financiados pelo governo russo de Vladimir Putin. Mesmo com o cessar-fogo em vigor, diversos relatos de enfrentamentos e casualidades nos dois lados têm surgido nos últimos dias.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou na última semana que havia claros sinais de que o cessar-fogo estava funcionando perfeitamente. O mandatário viu no acordo com os rebeldes uma oportunidade de encerrar o conflito que já dura seis meses e deixou mais de 3.500 mortos, segundo as fontes da ONU. No início desta semana, contudo, nove soldados ucranianos foram mortos em conflitos com os rebeldes.
(Com agência Reuters)
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