Terrorista que matou soldado em Londres comparece a tribunal
Michael Adebolajo pediu para ser chamado de Mujaheed Abu Hamza, nome que adotou depois de se converter ao islamismo, em 2003
Um dos terroristas islâmicos responsáveis pela barbárie contra um soldado britânico no dia 22 de maio, em Londres, compareceu à Justiça nesta segunda-feira. Michael Adebolajo, de 28 anos, foi ao tribunal levando um livro que seria o Corão, e pediu várias vezes para se tratado por Mujaheed Abu Hamza – e seu advogado o chamou por este nome. Adebolajo também mandou um beijo a um familiar que estava presente no tribunal.
A audiência com o britânico de origem nigeriana durou apenas alguns minutos. Ele compareceu ao tribunal vestindo uma camiseta branca e com o braço esquerdo imobilizado. Recusou-se a permanecer de pé. O terrorista foi acusado pelo homicídio do soldado Lee Rigby, de 25 anos, por tentativa de homicídio contra dois policiais e posse ilegal de arma de fogo. Mas disse à magistrada Emma Arbuthnot que não tinha ouvido as acusações e, por isso, não iria confirmá-las. Foi então informado que não teria de responder. “Este é o um procedimento normal, você não precisa responder”, disse a juíza. Ao final da audiência, disse que gostaria de “aliviar a dor, se possível” e então beijou o livro e levantou o braço ferido.
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Adebolajo e o outro terrorista envolvido na morte brutal de Rigby foram feridos depois de reagirem à chegada da polícia no local do crime, uma rua de Woolwich, no sudeste da capital britânica. Michael Adebolawe compareceu ao tribunal na semana passada para ouvir as acusações.
Selvageria – Tanto Adebowale como Adebolajo foram filmados e fotografados por testemunhas que passavam pelo local no dia do ataque. Pouco depois de mutilar Rigby usando facas de açougueiro, Adebolajo falou para a câmera do telefone celular de uma testemunha. “Nós juramos por Alá que nunca deixaremos de lutar contra vocês. O único motivo pelo qual fizemos isso é porque muçulmanos morrem todos os dias”, disse, quando ainda tinha sangue da vítima nas mãos. Adebolajo cresceu em uma família católica e se converteu ao islamismo em 2003, quando adotou o nome Mujaheed. Nos encontros de um grupo radical banido da Inglaterra em 2010, seu maior interesse era saber em que situações o uso da violência poderia ser justificado.
Apesar de inicialmente serem considerados “lobos solitários”, expressão usada para designar militantes que não pertencem a organizações terroristas, criminosos como Adebolajo e Adebowale ou ainda como os irmãos chechenos Tamerlan e Dzhokhar Tsarnaev, responsáveis pelo atentado em Boston, não brotam espontaneamente do nada. Eles têm ligações com radicais dentro e fora de seu país de residência. E, muitas vezes, estiveram no radar dos serviços de inteligência. O desafio é flagrar um muçulmano radical antes que ele decida cometer um atentado.
(Com agência France-Presse)