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Obama sobre interceptação telefônica: não há por que se desculpar

Presidente apela para segurança nacional na tentativa de minimizar escândalo de interceptação de registros telefônicos de agência de notícias. E, pela segunda vez nesta semana, volta a defender a liberdade de imprensa

Por Da Redação
16 Maio 2013, 19h52

Os escândalos que atingiram a Casa Branca nos últimos dias, ameaçando o segundo mandato de Barack Obama, levaram o presidente a adotar diferentes discursos, na tentativa de sair ileso da tormenta. No caso do tratamento político dado pelo Fisco a grupos conservadores, as afirmações do democrata são mais indignadas, com a defesa de que os envolvidos sejam responsabilizados e a destituição do chefe do órgão. Em relação à omissão de informações sobre ameaças terroristas antes do ataque ao consulado em Bengasi, Obama inicialmente classificou o escândalo de “circo político” e agora ele tenta fugir do assunto, pedindo medidas para aumentar a segurança das representações americanas no exterior. Na questão da interceptação de registros telefônicos de jornalistas da agência Associated Press, um atentado do governo à liberdade de imprensa, o democrata também tenta mudar o foco e se apoiar no abstrato tema da ‘segurança nacional’. Nesta quinta, ao falar sobre o assunto, Obama disse que “não tem por que se desculpar” por tentar garantir a segurança nacional.

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A justificativa para a interceptação é que ela foi feita como parte de uma investigação sobre o vazamento de informações confidenciais que deram origem a uma reportagem, em maio do ano passado. A reportagem da agência falava sobre uma operação da CIA no Iêmen que impediu um plano da Al Qaeda para explodir um avião com destino aos EUA. Cinco repórteres e um editor envolvidos com a reportagem tiveram seus registros telefônicos acessados.

Sem mencionar o caso específico, Obama disse que “vazamentos relacionados à segurança nacional podem colocar pessoas em risco”. “Podem colocar em risco homens e mulheres uniformizados que eu enviei a campos de batalha. Podem colocar em risco alguns de nossos funcionários de inteligência envolvidos em várias situações perigosas”, disse o democrata. “Por isso eu não peço desculpas, e não acho que o povo americano esperaria que eu, como comandante em chefe, não esteja preocupado com informações que podem comprometer as missões dessas pessoas ou podem causar sua morte”.

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De novo a liberdade de imprensa – Em seguida, Obama voltou a recorrer à obviedade de defender a liberdade imprensa. Sim, constrangido por escândalos, o presidente dos Estados Unidos, país que tem a democracia estabilizada, teve de defender o direito à informação duas vezes na mesma semana. “A liberdade de imprensa, a liberdade de expressão e o fluxo livre de informação ajuda a me manter responsável, ajuda nosso governo a se manter responsável e ajuda nossa democracia a funcionar”.

Obama também apoiou a discussão de uma lei federal de proteção à imprensa que, segundo ele, poderia equilibrar a necessidade de proteger o direito à informação com a segurança nacional. A proposta foi enviada ao Congresso em 2009, com o objetivo de evitar que jornalistas sejam obrigados a revelar suas fontes. Se a lei estivesse em vigor, ainda assim a agência poderia ter tido seus registros telefônicos interceptados, informou o jornal The Washington Post. No entanto, em vez de a decisão ser tomada unicamente pelo Departamento de Justiça, um juiz teria de endossar a ação – ou seja, a decisão ficaria a cargo da Justiça e não do Executivo.

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O presidente demonstrou apoio ao procurador-geral Eric Holder, que negou ter ordenado o Departamento de Justiça a realizar a interceptação, colocando a culpa no vice-procurador-geral, James Cole. “Tenho total confiança em Eric Holder. Ele é um procurador-geral excepcional e faz seu trabalho com integridade, e espero que ele continue a fazê-lo”. Em audiência no Congresso, nesta quarta-feira, o procurador-geral foi muito questionado sobre o escândalo. Ele tentou se distanciar do caso, dizendo ter poucas informações sobre a investigação do vazamento de informações. Ele retirou-se da investigação no ano passado, dizendo que poderia configurar “conflito de interesses”, uma vez que ele havia sido interrogado pelo FBI sobre o assunto.

(Com agência Reuters)

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