Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Na ONU, China acusa Japão de roubar ilhas em disputa

Temperatura do conflito diplomático por arquipélago no Mar da China Oriental subiu durante Assembleia Geral. EUA pediram 'cabeças frias' aos dois países

Por Da Redação
28 set 2012, 03h00

O ministro chinês das Relações Exteriores, Yang Jiechi, acusou nesta quinta-feira o Japão de roubar da China as ilhas Diaoyu, chamadas Senkaku pelos japoneses, durante seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Localizado no Mar da China Oriental, o arquipélago é reivindicado pelos dois países – Taiwan também alega ter soberania sobre as ilhas.

Nas últimas semanas, a disputa histórica ganhou ares de crise diplomática depois que o governo japonês anunciou a estatização de algumas ilhotas. A decisão provocou uma onda protestos antijaponeses na China. Ao contrário de acalmar os ânimos, o discurso do ministro chinês na ONU demonstra que a temperatura do conflito entre os dois países segue alta.

“A China exorta firmemente o Japão a cessar imediatamente todas as atividades que violam a soberania territorial chinesa, a adotar ações para corrigir seus erros e a voltar ao caminho para resolver a disputa mediante negociações”, declarou Yang no plenário da ONU. “O Japão roubou estas ilhas em 1895, ao final da guerra sino-japonesa, e forçou o governo chinês a firmar um tratado desigual para ceder estes territórios”, alegou.

O chanceler reafirmou que as ilhas “formam parte integrante do território chinês desde a antiguidade”. “As ações tomadas pelo Japão são totalmente ilegais e inválidas. Não podem, de nenhuma maneira, mudar o fato histórico de que o Japão roubou as ilhas Diaoyu e que a China tem soberania territorial sobre elas”, proclamou Yang.

Logo após o pronunciamento do chanceler chinês, o Japão pediu direito de resposta às acusações e contestou o país vizinho. “Só a partir dos anos 1970 que os governos da China e Taiwan começaram a fazer afirmações de soberania sobre as ilhas Senkaku”, declarou Kazuo Kodama, vice-embaixador japonês na ONU. “Antes não havia nenhuma objeção”, insistiu. Um dia antes, também durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, afirmou que “não há compromisso” possível com a China a respeito da soberania sobre as ilhas.

Continua após a publicidade

Leia também:

Japão pede moderação da China em disputa por ilhas

Por ilhas, Japão e Taiwan travam ‘guerra’ de jatos de água

Diálogo – Diante do aumento da tensão diplomática, os Estados Unidos buscaram esfriar a guerra de palavras. Por meio de um assessor do Departamento de Estado, a secretária da pasta, Hillary Clinton, pediu a Japão e China que mantenham “cabeças frias” no tratamento da questão.

Continua após a publicidade

“A secretária novamente pediu que as cabeças frias prevaleçam, e que Japão e China se empenhem no diálogo para acalmar as águas (em turbulência)”, declarou o diplomata americano, em nome de Clinton. “Nós acreditamos que o Japão e a China têm os recursos, têm a moderação, têm a capacidade de trabalhar sobre isso diretamente e diminuir as tensões, e essa é a nossa mensagem para os dois lados”, completou o representante dos EUA.

A tensão entre Pequim e Tóquio envolvendo a disputa pelas ilhas Senkaku/Diaoyu cresceu após o Japão decidir nacionalizar três das oito ilhotas do arquipélago (leia mais abaixo). O território, situado 200 quilômetros a nordeste de Taiwan e 400 quiloômetros a oeste de Okinawa, no sul do Japão, é desabitado, mas fica em uma área rica em pesca e possivelmente sobre uma reserva de gás natural.

Ilhas são disputadas por China e Japão devido à riqueza natural
Ilhas são disputadas por China e Japão devido à riqueza natural (VEJA)
Continua após a publicidade

(Com agência France-Presse)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.