Irmão de atirador de Toulouse é acusado e preso
Abdelkader Merah confirmou que estava presente no roubo da scooter usada para matar três crianças e um professor judeus
Abdelkader Merah – irmão de Mohamed Merah, autor do massacre ocorrido na semana passada em uma escola judia de Toulouse, na França -, foi acusado neste domingo de cumplicidade nos assassinatos e associação ao terrorismo, informou uma fonte judicial à agência France-Presse. Abdelkader foi detido.
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Quatro juízes especialistas no combate ao terror conduzirão o caso. Abdelkader, de 29 anos, foi transferido no domingo de manhã para o Palácio de Justiça de Paris. Sua mulher foi liberada após quatro dias de prisão provisória, sem acusações. Os dois foram detidos na quarta-feira em Auterive, 40 km ao sul de Toulouse (sudoeste da França) e ficaram presos nas dependências da Subdireção Antiterrorista (SDAT) em Levallois-Perret (perto de Paris).
Durante os interrogatórios, Abdelkader disse sentir-se “orgulhoso” dos atos do irmão caçula, mas negou tê-lo ajudado a assassinar a sangue frio três meninos e um professor judeus em Toulouse, além de três militares em Montauban. Ao prestar depoimento no último sábado, Abdelkader confirmou que estava presente no roubo da scooter que seu irmão usou para matar as vítimas. A moto de 500 cm3 tipo T-MAX, da marca Yamaha, foi roubada em 6 de março na região de Toulouse, cinco dias antes do primeiro assassinato. Mohamed foi mais tarde a uma concessionária Yamaha para perguntar, em vão, como se desativava o sistema de geolocalização do veículo.
Segundo a fonte policial, Mohamed também foi acompanhado pelo irmão nessa visita à concessionária. Na quarta-feira, o procurador de Paris, François Molins, explicou que o nome de Abdelkader Merah apareceu em 2007 envolvido em uma trama de envio de jihadistas (combatentes da Jihad, guerra santa) para o Iraque, mas não foi indiciado pelo caso. O ministro do Interior, Claude Guéant, por sua vez, descreveu Mohamed Merah como um pequeno delinquente radicalizado “num grupo de ideologia salafista” de Toulouse, apesar deste grupo não ser suspeito de tramar ações criminosas.
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(Com agência France-Presse)