Integrantes da banda Pussy Riot são presas em Sochi
Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova comunicaram a detenção no Twitter
Duas integrantes da banda Pussy Riot, Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova, foram presas por autoridades nesta terça-feira em Sochi, onde a Rússia realiza os Jogos Olímpicos de Inverno, disseram as ativistas no Twitter. Alyokhina disse em sua conta no serviço de microblog que elas foram detidas por suspeita de terem cometido um crime. Falando por telefone à rede CNN, o marido de Nadezhda confirmou as prisões. Maria postou um tweet dizendo que elas tinham sido detidas perto da igreja de São Migel Arcanjo, em Sochi. “Nós fomos detidas e estamos acusadas de roubo”, escreveu Nadezhda, em sua conta no Twitter. Sua colega, Maria, confirmou que também foi detida.”Quando nos prenderam, não estávamos em nenhuma ação, simplesmente passeávamos por Sochi”, afirmou Maria.
Ela e Nadezhda foram a Sochi para gravar um vídeo cantando a canção em inglês chamada de “Putin Will Teach You Love the Motherland” (Putin vai te ensinar a amar a pátria, em tradução literal), relata a emissora americana. Segundo post de Maria no serviço de microblog, oficiais forçaram-nas a entrar em uma van da polícia. Também pelo Twitter, Nadezhda informou que além dela e sua companheira, outras cinco pessoas foram detidas. Fontes do Ministério do Interior russo citadas pelo portal local Lifenews disseram que as integrantes do Pussy Riot foram detidas por transgredir a norma administrativa que obriga a todas as pessoas que chegam a Sochi a se registrar em um prazo de 24 horas. Segundo Nadezhda, esta é terceira vez que as duas são presas nas últimas 48 horas, pois tinham sido detidas durante algumas horas na segunda e no domingo.
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“Com certeza não é a hora de termos medo. Nesses dois anos desde o ato pelo qual fomos presas, a situação na Rússia ficou muito pior. E, se não podíamos ficar quietas sobre isso naquele momento, então não podemos ficar quietas sobre isso agora”, disse Nadezhda ao NYT. Maria deu uma declaração semelhante à rede CNN. “Nós nunca tivemos medo. Nem antes de sermos presas, nem durante a prisão, nem agora. Não temos motivo para ter medo. Somos pessoas livres e pessoas livres não temem”.
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Ironias diplomáticas – As jovens russas também se encontraram em Nova York com a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas (ONU), Samantha Power. O encontro foi ironizado pelo embaixador russo Vitaly Churkin em conversa com jornalistas: “Ela [Samantha] não se juntou à banda?” O russo sugeriu ainda que a embaixadora levasse Maria e Nadezhda para cantar uma “oração punk” na Catedral Nacional de Washington. A resposta da representante do governo americano veio pelo Twitter: “Embaixador Churkin. Eu ficaria honrada em fazer uma turnê com o Pussy Riot – um grupo de garotas que fala sobre e apoiam os direitos humanos. Você se juntará a nós?”
(Com agência Reuters)