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Em NY, membros do Pussy Riot reforçam críticas a Putin

Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova deram muitas entrevistas e participaram de show beneficente apresentado por Madonna

Por Da Redação
6 fev 2014, 21h18

Depois de passar quase dois anos em uma colônia penal na Rússia, duas integrantes da banda Pussy Riot ressurgiram determinadas a continuar sendo uma pedra no sapato de Vladimir Putin. Em visita aos Estados Unidos nesta semana, Nadezhda Tolokonnikova, de 26 anos, e Maria Alyokhina, de 25 anos, fizeram questão de ressaltar que não temem o autoritarismo do presidente russo.

Em entrevista ao jornal The New York Times, as duas indicaram ter planos de até mesmo disputar algum cargo político na Rússia, no futuro. Também defenderam um boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno que começam nesta sexta-feira em Sochi e expressaram admiração pelos protestos contra o governo na Ucrânia – esperando que eles inspirem os russos.

“Com certeza não é a hora de termos medo. Nesses dois anos desde o ato pelo qual fomos presas, a situação na Rússia ficou muito pior. E, se não podíamos ficar quietas sobre isso naquele momento, então não podemos ficar quitas sobre isso agora”, disse Nadezhda.

Maria deu uma declaração semelhante à rede CNN. “Nós nunca tivemos medo. Nem antes de sermos presas, nem durante a prisão, nem agora. Não temos motivo para ter medo. Somos pessoas livres e pessoas livres não temem”.

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A viagem a Nova York faz parte de uma turnê que teve escalas também na Ásia e na Europa. E que começou depois que as duas deixaram a prisão, no dia 23 de dezembro, como parte da campanha de relações públicas movida por Putin às vésperas do início dos Jogos. “Ao ir às Olimpíadas, você basicamente abre mão do que acredita e demonstra apoio à opressão do regime de Putin”, disse Maria ao NYT. Nadezhda completou que manifestantes poderiam organizar um boicote “ou algo mais ativo, como protestos ou outras ações subversivas”.

Para elas, os protestos políticos perderam força na Rússia em parte por causa da intimidação oficial, principalmente depois que Putin iniciou seu terceiro mandato como presidente, em 2012, e também pela ausência de vozes dissidentes na imprensa russa. (Continue lendo o texto)

Ruptura – Na quarta-feira, as duas jovens russas participaram de um show beneficente organizado pela Anistia Internacional, ao lado de celebridades como Madonna, Lauryn Hill, Peter Gabriel, Yoko Ono, Susan Sarandon, Sting e outros. O objetivo do evento era divulgar a situação dos ‘prisioneiros de consciência’, como a ONG chama pessoas detidas ou perseguidas devido a questões de raça, gênero, identidade sexual ou crença política.

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A apresentação não foi bem aceita por outras seis integrantes do Pussy Riot que vivem na Rússia. Elas divulgaram um comunicado pedindo que Nadezhda e Maria não sejam consideradas integrantes do grupo. “As nossas performances são sempre ‘ilegais’, realizadas em locais imprevisíveis e em espaços públicos que não são designados para o entretenimento tradicional”, afirmaram, segundo a rede BBC.

A nota, assinada por seis codinomes – o número de membros da banda não é divulgada – diz que as duas “esqueceram os ideais do grupo – feminismo, resistência separatista, luta contra o autoritarismo e o culto à personalidade, que, aliás, foram as causas de sua punição injusta”. Mas o texto também parabeniza a dupla por sua nova causa.

Nadezhda e Maria explicitaram a intenção de se dedicar à causa da reforma do sistema prisional logo após serem libertadas. À CNN, Nadezhda afirmou que o sistema assemelha-se à “escravidão”. “Em algumas colônias penais, como a em que eu estava em Mordovia, o dia de trabalho pode durar de dezesseis a vinte horas”, disse. “A administração faz de tudo para que os prisioneiros se sintam acabados e em silêncio, porque é mais fácil controlar as pessoas desta forma”.

Ironia diplomática – As jovens russas também se encontraram em Nova York com a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power. Encontro que foi ironizado pelo embaixador russo Vitaly Churkin, em conversa com jornalistas: “Ela (Samantha) não se juntou à banda?” O russo sugeriu ainda que a embaixadora levasse Maria e Nadezhda para cantar uma “oração punk” na Catedral Nacional de Washington. A resposta da representante do governo americano veio pelo Twitter: “Embaixador Churkin. Eu ficaria honrada em fazer uma turnê com o Pussy Riot – um grupo de garotas que falam sobre e apoiam os direitos humanos. Você se juntará a nós?”

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(Com agência France-Presse)

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