França bombardeia o norte do Mali na madrugada
Depósitos logísticos e centros de treinamento dos terroristas foram o alvo da operação aérea realizada na fronteira com a Argélia
A França executou “importantes bombardeios aéreos” no norte do Mali, na África, durante a madrugada de sábado para domingo em áreas próximas da fronteira com a Argélia, confirmou o Estado-Maior, poucas horas depois de uma visita do presidente francês ao país africano.
Os bombardeios, no norte de Kidal e na região de Tesalit, tinham como alvos “depósitos logísticos e centros de treinamento” dos grupos terroristas, afirmou o porta-voz do Estado-Maior do exército francês, o coronel Thierry Burkhard.
O presidente francês, François Hollande, afirmou neste sábado em visita à Timbuktu, no Mali, que os “combates não terminaram” no norte do país, apesar da retomada dessa cidade e da vizinha Gao, que até o início desta semana estavam ocupadas por grupos islâmicos armados. Hollande chegou neste sábado ao país africano para prestar apoio às tropas que lutam contra o terror na região. Ele foi recebido pelo presidente do Mali, Dionkunda Traoré, e por soldados franceses e malinenses.
“Os combates não terminaram. Seria um erro pensar que porque recuperamos, com nossos amigos malineses, a capacidade de garantir cidades como Gao ou Timbuktu, podemos parar por aqui”, disse Hollande em discurso às tropas da França e do Mali. “Não foi fácil, porque os terroristas avançaram. Vocês conseguiram um resultado excepcional junto ao exército do Mali.”
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A visita de Hollande ocorre três semanas após o início da operação militar francesa contra os grupos terroristas islâmicos. A ação liderada teve início depois que grupos vinculados à Al-Qaeda, que ocupavam o Norte do Mali há 11 meses, terem iniciado uma ofensiva rumo ao Sul. A campanha militar de reconquista acelerou no último fim de semana com a retomada de Gao e Timbuktu e a chegada terça-feira à noite de soldados franceses no aeroporto de Kidal, cidade controlada pelos rebeldes tuaregues e oslâmicos dissidentes que se dizem “moderados”.
Entenda o caso
- • No início de 2012, militantes treinados na Líbia impulsionam uma grande revolta dos tuaregues no norte do Mali. Em março, o governo sofre um golpe de estado.
- • Grupos salafistas, com apoio da Al Qaeda, aproveitam o vácuo de poder para tomar o norte do país – onde impõem um sistema baseado nas leis islâmicas da ‘sharia’.
- • Em janeiro de 2013, rebeldes armados, com ideais bastante heterogêneos, iniciam uma ofensiva em direção ao sul do Mali, e o presidente interino, Dioncounda Traoré, pede socorro à França.
- • Com o aval das Nações Unidas, François Hollande envia tropas francesas e dá início a operações aéreas contra os salafistas, numa declarada guerra contra o terrorismo.
(Com agências EFE e France-Presse)