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Exército mata dezenas em choque com partidários de Mursi

Mortos passam de 50, afirma Irmandade Muçulmana. Governo confirma 42

Por Da Redação
8 jul 2013, 05h51

Dezenas de pessoas foram mortas, a maioria por tiros, durante um confronto nesta segunda-feira entre o Exército egípcio e partidários do presidente deposto Mohamed Mursi. O choque ocorreu junto ao quartel-general da Guarda Republicana, no Cairo, onde os islamitas protestam há dias em defesa de Mursi. Testemunhas afirmam que os soldados abriram fogo contra o acampamento dos manifestantes.

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Entenda o caso

  1. • Na onda das revoltas árabes, egípcios iniciaram, em janeiro de 2011, uma série de protestos exigindo a saída do ditador Hosni Mubarak, há trinta anos no poder. Ele renunciou no dia 11 de fevereiro.
  2. • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em confronto com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de ordenar os assassinatos.
  3. • Uma Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse de Mohamed Mursi, eleito em junho de 2012.
  4. • Membro da organização radical islâmica Irmandade Muçulmana, Mursi ampliou os próprios poderes e acelerou a aprovação de uma Constituição de viés autoritário.
  5. • Opositores foram às ruas protestar contra o governo e pedir a renúncia de Mursi, que não conseguiu trazer estabilidade ao país nem resolver a grave crise econômica.

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A Irmandade Muçulmana, organização radical islâmica ligada ao ex-presidente e que organiza os protestos, afirmou por meio de um porta-voz, Gehad El-Haddad, que o número de mortos chegava a pelo menos 37 e que entre eles pode haver pelo menos cinco menores. O site do grupo islâmico, porém, eleva o número de mortos a 53. Já uma fonte médica com informações sobre os corpos que chegam aos hospitais relatou à rede americana CNN ao menos cinquenta mortes no conflito.

O Ministério da Saúde egípcio falou inicialmente em 34 mortos e, mais tarde, a TV estatal confirmou 42 – um deles, segundo o Exército, é um soldado. O número de pessoas feridas também varia a depender da fonte. Enquanto oficialmente o confronto deixou 322 feridos, a Irmandade Muçulmana fala em mais de 1000.

‘Massacre’ – O porta-voz islamita acusou membros do Exército e da polícia de realizar um “massacre” e assegurou que a Irmandade recolheu balas disparadas pelos militares. O Exército egípcio, por sua vez, alegou que os confrontos no Cairo aconteceram após a tentativa de “um grupo terrorista” de entrar no quartel-general da Guarda Republicana.

Em comunicado, as Forças Armadas assinalaram que um oficial morreu e seis policiais ficaram feridos em estado grave, enquanto anunciaram a detenção de “200 agressores, que dispunham de grandes quantidades de armas, munição, armas brancas e coquetéis molotov'”. Segundo o Ministério do Interior, o morto é um general da polícia que estava nos arredores da sede da Guarda Republicana.

Segundo um clérigo citado pelo portal da Irmandade Muçulmana, porém, os tiros começaram no momento da oração do amanhecer, quando os seguidores de Mursi foram alvejados enquanto a polícia jogava gás lacrimogêneo no acampamento dos manifestantes. As vítimas levemente feridas foram atendidas no hospital de campanha, enquanto as mais graves foram levados ao hospital Demerdash e outros da região.

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Premiê – Enquanto isso, a tensão também segue elevada no país no campo político. Na noite deste domingo, o porta-voz do presidente interino, Adly Mansur, anunciou que Ziad Bahaa Eldin, de 48 anos, ex-dirigente de várias instituições econômicas no Egito, deve ser nomeado primeiro-ministro no lugar do diplomata Mohamed El-Baradei, cuja nomeação anunciada no sábado foi depois desmentida. El-Baradei, agora, é cotado para ser vice-presidente.

Ziad Eldin é advogado especializado em direito empresarial e entrou na política após a queda de Hosni Mubarak no início de 2011. Ele é um dos fundadores do Partido Social-Democrata egípcio.

Detenções – Mais cedo no domingo, a Procuradoria Geral egípcia ordenou a detenção de dois dirigentes do braço político da Irmandade Muçulmana, o Partido Liberdade e Justiça (PLJ), e de um destacado clérigo islamita para interrogá-los pela acusação de incentivarem a morte de manifestantes. A televisão estatal do país informou que a procuradoria emitiu uma ordem para prender o vice-presidente do PLJ, Esam el Arian, o membro de sua executiva Mohammed el Beltagui e o clérigo islamita Safwat Higazi.

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(Com agência EFE)

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