EUA emitem alerta para americanos deixarem o Iêmen
Departamento de Estado ordena saída imediata de cidadãos e funcionários não-emergenciais do corpo diplomático em meio a novos indícios de um ataque
A suspeita de que a rede Al Qaeda planeja ataques ao governo ou a cidadãos dos Estados Unidos em países do Oriente Médio e norte da África, que fez o governo americano e outros países ocidentais fecharem diversas representações diplomáticas na região esta semana, levou o Departamento de Estado a ordenar nesta terça-feira que todos os cidadãos americanos, com exceção de funcionários diplomáticos emergenciais, deixem imediatamente o Iêmen. O alerta foi emitido após a confirmação de que o governo iemenita detectou a chegada, nos últimos dias, de dezenas de integrantes da Al Qaeda à capital Sanaa.
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Foco de uma das maiores células da rede terrorista, o Iêmen está no centro das recentes ameaças de ataque relatadas pelos Estados Unidos. Segundo fontes do governo Barack Obama ouvidas pelo jornal The New York Times, os EUA interceptaram mensagens em que Ayman al Zawahiri – que sucedeu Osama bin Laden como chefe da Al Qaeda – ordena à filial do grupo terrorista no Iêmen que realize um ataque.
Cautela – Por causa do temor de atentados, o Departamento de Estado americano anunciou nesta segunda que dezenove postos diplomáticos no Oriente Médio e norte da África permanecerão fechados pelo menos até o próximo sábado. A medida, indicou um porta-voz do departamento, foi tomada para mostrar “comprometimento com a cautela” e dar “os passos certos para proteger funcionários e visitantes”.
De acordo com a rede britânica BBC, a fonte do governo do Iêmen que confirmou a entrada de diversos terroristas no país fala em uma “séria conspiração” e considera alto o risco de atentados, que incluiriam explosões e ataques suicidas a alvos diplomáticos dos EUA e países aliados – inclusive a embaixadores. Apesar disso, fontes da inteligência americana disseram à agência Reuters que ainda não há informações sobre alvos ou localizações específicas dos terroristas, mas que a ameaça permanece.
Zawahiri, o sucessor de Bin Laden, teria conversado com o chefe da Al Qaeda na Península Arábica, Nasser al Wuhayshi, aponta a reportagem do New York Times. Wuhayshi, antigo secretário pessoal de Osama, recentemente foi promovido por Zawahiri a número dois da Al Qaeda, o que sinaliza que o atual líder da rede terrorista está tentando compensar o enfraquecimento do grupo no Paquistão passando a trabalhar mais com filiais como a do Iêmen.