Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Estudantes chilenos retomam marcha por educação melhor e gratuita

Por Martin Bernetti
25 abr 2012, 16h56

Milhares de estudantes marcharam nesta quarta-feira pelas principais cidades do Chile no primeiro protesto nacional que reeditou as grandes manifestações que marcaram 2011 e mostrou que o movimento por uma educação pública gratuita e de qualidade permanece de pé.

Em uma primeira prova de força, os estudantes demonstraram que seu movimento segue vivo após mais de sete meses de protestos contínuos durante o ano passado, que incluíram a ocupação de centenas de escolas e universidades.

Segundo a polícia, a marcha desta quarta-feira reuniu cerca de 48.000 pessoas, enquanto os organizadores indicaram que o movimento contou como 80.000 manifestantes.

A marcha foi realizada em meio a um ambiente descontraído, com estudantes universitários e secundaristas, pais e professores, que iniciaram sua passeata nas imediações da Praça Itália para avançar por várias quadras pela Avenida Alameda, principal artéria do centro de Santiago.

Com as mesmas palavras de ordem, danças e canções apresentadas nos protestos de 2011, os estudantes reafirmaram sua reivindicação por uma educação pública gratuita e de qualidade, em um país que conta com um dos sistemas educacionais mais desiguais do planeta.

“Vamos permanecer mobilizados e esta é uma mostra muito clara de que não fomos para casa”, disse à AFP o presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECH), Gabriel Boric.

Continua após a publicidade

A marcha se desenvolveu pacificamente e terminou na entrada do centro cultural Estação Mapocho, uma antiga estação de trem restaurada, que hoje abriga um centro de convenções.

Após o término do ato central, um grupo menor de manifestantes entrou em confronto com a polícia, que os dispersou com jatos d’água e bombas de gás lacrimogêneo.

Nas proximidades da Estação Mapocho um posto policial foi queimado por manifestantes encapuzados, que também bloquearam por alguns minutos o tráfego na avenida Alameda.

Marchas parecidas foram registradas em outras cidades do Chile, como Valparaíso, Concepción, Temuco e La Serena.

No Chile, as universidades do Estado funcionam na prática como instituições privadas e cobram taxas de juros tão altas quanto as particulares. Não existe a gratuidade.

Continua após a publicidade

Os estudantes organizaram a manifestação dois dias depois de o governo ter apresentado uma proposta que atende a uma das principais exigências dos estudantes: acabar com o Crédito com Aval do Estado (CAE), instaurado em 2007 e concedido pelos bancos privados para facilitar o pagamento das mensalidades em universidades particulares, com uma taxa de juros três vezes maior do que a praticada pelas universidades públicas.

A manifestação foi convocada pela Confederação de Estudantes do Chile (Confech), que considerou insuficiente essa proposta do governo.

“Conseguimos tirar os bancos da educação, mas ainda temos as taxas mais altas do mundo. Portanto, precisamos de uma reforma que inclua qualidade, crédito, acesso ao financiamento”, disse um dos líderes estudantis, Noam Titelman.

Os estudantes chilenos realizaram no ano passado mais de 40 protestos massivos por Santiago, conseguiram derrubar dois ministros e causar uma brusca queda de popularidade do presidente Sebastián Piñera.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.