Crise na Somália é culpa de governo e terroristas, diz ONG
Human Rights Watch diz que todos colaboraram para a situação crítica do país
Todas as partes do conflito da Somália são culpados pela situação de crise de fome pela qual passa o país, assegura a ONG de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).
Em um relatório publicado em Nairóbi, a ONG pede a todos os grupos para cessar imediatamente os abusos contra a população, exigir contas aos responsáveis e garantir o acesso à ajuda e à liberdade de movimento de quem está fugindo do conflito e da seca.
No texto, o diretor para a África da HRW, Daniel Bekele, afirma que os abusos por parte de Al Shabab e das forças governistas multiplicaram enormemente o sofrimento causado pela crise de fome na Somália.
A HRW não culpa apenas o governo transitório somali – que conta com respaldo internacional – e o grupo islâmico radical Al Shabab, vinculado à Al Qaeda, mas também assinala como responsáveis os militares da Missão da União Africana na Somália (Amisom), outras milícias do país e a comunidade internacional.
O conflito na Somália agrava a situação criada pela seca – a pior na região em 60 anos, segundo a ONU – e a consequente crise de fome que castiga o Chifre da África e que mantém mais de 13 milhões de pessoas em situação crítica na região.
A Somália vive em uma permanente guerra civil e carece de um governo efetivo desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, o que deixou o país nas mãos de senhores da guerra tribais, milícias islâmicas e bandos de delinquentes armados.
(com Agência EFE)