Bucareste, 29 jul (EFE).- Os colégios eleitorais na Romênia abriram suas portas neste domingo para um controvertido plebiscito sobre a destituição do presidente do país, o conservador Traian Basescu, suspenso de suas funções pelo Parlamento por supostas violações graves da Constituição.
A participação decidirá o futuro de Basescu, depois que o próprio presidente e seus aliados conservadores convocaram um boicote para que não se consiga o quórum de presença nas urnas da metade mais um dos eleitores para validar o plebiscito.
Os mais de 18 mil colégios eleitorais habilitados – entre eles, 306 no exterior – fecharão suas portas às 18h (horário de Brasília).
Trata-se de um horário eleitoral inédito para o país balcânico e mais longo do que o habitual, decidido pela coalizão governamental de centro-esquerda que iniciou o processo de cassação para levar mais cidadãos às urnas e conseguir o quórum que torne efetiva a consulta.
O Governo habilitou urnas suplementares nas localidades litorâneas mais movimentadas e outros lugares de grande afluência turística.
O plebiscito será realizado sob o atento olhar da Comissão Europeia, que criticou duramente o Governo entre social-democratas e liberais romenos por ameaçar supostamente o Estado de Direito para derrubar o presidente.
O Executivo do social-democrata Victor Ponta modificou por decreto duas leis relacionadas com a revogação do chefe do Estado para abrir o caminho de sua cessação.
O pronunciamento do Tribunal Constitucional e as pressões de Bruxelas obrigaram Victor a voltar atrás.
Basescu denunciou que o Governo prepara uma fraude maciça no plebiscito, enquanto Victor e seu aliado liberal e presidente interino, Crin Antonescu, acusam o presidente suspenso de desprezar a democracia com seu apelo ao boicote.
As últimas pesquisas dão um voto a favor da cassação com 70% e uma participação em torno de 52%, uma percentagem acima do quórum.
A destituição de Basescu levaria a Romênia a convocar eleições presidenciais depois do verão, quando também devem acontecer eleições legislativas. EFE