Bento XVI ordena os 24 novos cardeais da Igreja
Entre eles está o arcebispo de Aparecida d. Raymundo Assis
O papa Bento XVI presidiu neste sábado, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a cerimônia solene de ordenação de 24 novos cardeais, entre eles o brasileiro dom Raymundo Damasceno Assis, o arcebispo de Aparecida. Em sua homilia, o pontífice recordou aos novos cardeais que na Igreja “ninguém é patrão” e que a autoridade “não é domínio e poder, e sim serviço”.
Aos novos cardeais, o papa destacou que na Igreja “não é a lógica do domínio nem a do poder a que reina, e sim a do serviço, a de ajoelhar-se para lavar os pés, a lógica da Cruz, que é a base de todo exercício de autoridade”. Em nome de todos os cardeais recém designados, o cardeal Angelo Amato recordou que eles se compremteram “ao extremo” a defender a fé, a paz e a liberdade da Igreja.
Bento XVI destacou na homilia a necessidade de “humildade” de todos os membros da instituição. A lista dos novos cardeais inclui 20 com direito a voto no caso de conclave para a eleição do sucessor do papa. Quatro têm mais de 80 anos. Os novos “ministros” receberam o barrete vermelho cardinalício durante a cerimônia.
Com as novas designações, o número de cardeais chega a 203, dos quais apenas 121 têm direito a voto em um eventual conclave pela morte do papa, um a mais que o limite fixado pelo papa Paulo VI e poucas vezes superado por João Paulo II. Apesar de ter o maior número de católicos no mundo (1,166 bilhão de pessoas), a América Latina fica bem atrás da Europa no número de cardeais.
Dos 121 cardeais eleitores, 62 são europeus (25 italianos), 21 latino-americanos, 15 da América do Norte, 10 asiáticos, 12 africanos e um da Oceania. No domingo, em uma missa solene na praça de São Pedro, os novos “ministros” da Igreja receberão o anel de ouro cardinalício. O governo brasileiro foi representado na cerimônia pelo assessor da presidência da República, Gilberto Carvalho.
Depois do terceiro Consistório de seu pontificado, Bento XVI terá proclamado 50 dos 121 cardeais eleitores, contra 71 do antecessor João Paulo II. Na sexta-feira, quase 150 cardeais de todo o mundo entero se reuniram com o pontífice para falar sobre a resposta da Igreja aos casos de pedofilia. Durante a reunião foram informados sobre um programa “eficaz e coordenado” contra o problema.
(Com agência France-Presse)